Comissão de representação da Alesp vai apurar epidemia de dengue no Estado

Grupo, criado por iniciativa da líder da Minoria vai realizar inspeções em cidades atingidas
27/03/2015 17:29 | Da assessoria da deputada Beth Sahão

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A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, nesta quarta-feira, 25/3, o requerimento para instalação de uma comissão de representação a fim de apurar a epidemia de dengue que atinge o Estado. A iniciativa foi proposta pela líder da Minoria, deputada Beth Sahão (PT), e contou com a assinatura de parlamentares de diferentes partidos, inclusive da base do governo.

O objetivo da comissão é acompanhar de perto as ações de combate à doença desenvolvidas pela Secretaria Estadual de Saúde e pelo Ministério da Saúde. O grupo pretende averiguar até que ponto essas medidas estão sendo eficazes no sentido de conter o avanço da epidemia.

No requerimento, a deputada destaca a explosão no número de casos da doença, verificada nos primeiros meses deste ano. "Levando-se em conta os dados oficiais, divulgados pela imprensa, verificamos um crescimento de 700% na quantidade de pessoas infectadas. Atualmente, São Paulo responde por quase metade das pessoas afetadas pela epidemia. Fica evidente que ocorreram falhas, tanto no que diz respeito à prevenção quanto no que se refere ao tratamento das populações atingidas", afirma Beth.

Além de verificar as medidas adotadas pelas autoridades para o controle do surto, a parlamentar pretende também apurar a veracidade dos dados sobre a dengue, divulgados pelas autoridades.

"Visitando muitas cidades do interior, onde a epidemia é mais forte, costumo ouvir inúmeras pessoas que questionam, de maneira veemente, as informações divulgadas pelos órgãos oficiais. Não quero me precipitar nem fazer afirmações levianas, mas penso que é dever do Legislativo averiguar se os números que estão sendo passados à imprensa e à população são verdadeiros", diz.

Ela cita o exemplo de Catanduva, que, com 18 mortes confirmadas, responderia hoje por aproximadamente 30% dos óbitos por dengue verificados no Estado. "Além desses casos, há outras dezenas que não são contabilizados nas estatísticas oficiais. Há situações, por exemplo, a pessoa apresentava algum outro problema, que acabou sendo agravado pelo quadro de dengue. Só que, na hora de contabilizar, nem sempre essa pessoa é incluída no total divulgado pelas autoridades", afirma.

A deputada defende a adoção de critérios rígidos para definição dos dados sobre epidemias. Ela também cobra mais transparência dos governos na divulgação dessas informações. "A democracia se baseia, entre outras coisas, na confiança que os cidadãos depositam em seus representantes. Se as pessoas passam a não acreditar naquilo que o Poder Público afirma, fica praticamente impossível esperar que elas colaborem na prevenção à doença", diz.

alesp