Opinião: A eficácia da vacina HPV
Debater sobre o tema saúde nos traz várias discussões acerca da relação entre os poderes públicos e as necessidades efetivas do povo.
O direito à saúde é legítimo e observamos grandes polêmicas nas dialéticas que, basicamente, tratam de omissões no que concerne a garantia desse direito fundamental.
Nessa esfera, tratando de saúde da mulher, percebemos um enorme esforço dos poderes, em todas as esferas, com vistas a preencher as lacunas existentes nesse assunto de interesse coletivo.
Ainda dentro do contexto, falando mais especificamente sobre a campanha de vacinação contra o HPV (papilomavírus humano), oferecida pelo Ministério da Saúde do Brasil às meninas com idade entre nove e 11 anos, há prementes considerações a serem ponderadas.
De acordo com informações contidas no site do ministério da Saúde, a infecção pelo vírus HPV é a principal responsável pelo câncer do colo de útero. A cada ano, no Brasil, surgem 15 mil novos casos e cinco mil mulheres morrem em decorrência disso. Argumenta-se que a vacina é a principal forma de prevenção, fato que justifica a necessidade e importância de que todas as meninas sejam vacinadas.
Porém, dentre várias publicações, um texto contido na página oficial do médico Dráuzio Varella levantou questionamentos acerca da segurança da imunização contra o vírus. Na materia, apresentam-se divergentes opiniões médicas sobre seus efeitos colaterais que, segundo alguns especialistas, podem ser gravíssimos.
Do mesmo modo, recente reportagem no Jornal Folha de São Paulo, da jornalista Cláudia Collucci, noticiou que, no ano passado, 11 garotas de uma mesma escola de Bertioga apresentaram mal-estar na segunda fase da vacinação. Dessas, três acabaram sendo internadas e uma das adolescentes reclamou que não estava "sentindo as pernas". Para Gustavo Gusso, professor de clínica médica da USP e diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, a vacina ainda não mostrou consistência na proteção contra câncer e muito menos para morte por câncer de colo de útero. Em artigo no mesmo veículo de comunicação, ele explica que a maioria das lesões intra-epiteliais regride espontaneamente e não se pode afirmar que "se protege contra lesões intermediarias irá proteger contra câncer".
Ora, se considerarmos as discordantes opiniões existentes, há de se analisar, criteriosamente, todas as vertentes que tangenciam o assunto. Não obstante ao mérito e benefício da campanha preventiva, não devemos ignorar que podem existir conseqüências se deixarmos de analisar a possibilidade de efeitos colaterais a longo prazo. Não apenas isso, mas também questionarmos sua real finalidade, uma vez que tem se propagado tantos pareceres contraditórios sobre esse tópico.
Pode até ser que a vacina signifique a medida primária para coibir o alastramento da doença. Mas até que se comprove tal efetividade, vale refletirmos se é realmente necessário e/ou oportuno submetermos nossas crianças a tal situação.
A criação de normas constitucionais no âmbito da saúde é tarefa que nos cabe enquanto legisladores.
No entanto, é de suma importância um movimento reivindicatório com participação acentuada da sociedade, dos meios intelectuais e dos especialistas da área para que se garanta sua eficácia, de forma que os resultados sejam inquestionáveis.
Caso não, teremos pais cada vez mais temerosos quanto à saúde de suas filhas e resistentes à adesão da campanha, com razões, concordemos, bastante concretas e evidentes.
(*) André Soares é deputado pelo DEM
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