Assembleia promove exposição Cenários - Cidades do Interior no Começo do Século 20

Fotos de 12 municípios retratam a história do Estado através de documentos do acervo da Casa
11/05/2015 20:48 | Da Redação: Marisa Mello Fotos: Acervo Histórico

Compartilhar:

Jardim público do largo da matriz, de Vargem Grande, 1921 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2015/fg170180.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Moradores do distrito de Bocaiúva, hoje cidade de Macatuba, em frente a igreja matriz em construção, 1922 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2015/fg170181.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Cerca de três meses após a posse, a Assembleia promove a primeira exposição nesta legislatura do seu Acervo Histórico, ligado ao Departamento de Documentação e Informação. No próximo dia 15 de junho, a partir das 9h, data prevista para a inauguração, o público poderá visitar no Hall da Biblioteca da Casa a exposição de fotos Cenários - Cidades do Interior de São Paulo no Começo do Século 20, que mostra a história do Estado através de 220 fotos e oito mapas com imagens de 12 cidades paulistas. Esse material foi usado nas décadas de 1910 e 1920 como documentação para nove processos de emancipação, um de elevação à comarca (Penápolis) e dois de recursos contra cobrança de impostos municipais (Jaú e Araraquara), que tramitavam no Parlamento paulista.

Sob a curadoria de Carlos Ungaretti Dias, a exposição traz uma linha do tempo para contar a história dos critérios de emancipação dos municípios desde o Brasil Colônia. As cidades retratadas, além das citadas, são Americana, Avaí, Aparecida, Cajobi, Macatuba, Pindorama, Tapiratiba, Uchoa e Vargem Grande do Sul. "Para dar suporte à mostra, foram produzidos textos que apresentam os principais argumentos dos moradores e autoridades para justificar a reivindicação constante nos processos em questão", explicou Carlos Dias.

Nesta edição, apresentaremos um pouco da história das cidades de Macatuba e Vargem Grande.

Macatuba

Por volta de 1900, um grupo de lavradores estabeleceu um povoado conhecido como Santo Antônio do Tanquinho. Em 1912, transformou-se no Distrito de Paz de Bocaiúva, em homenagem ao senador republicano Quintino Bocaiúva.

Em 1922, moradores enviaram representação à Câmara dos Deputados do Congresso de São Paulo para a elevação a município. O documento contava com mais de 870 assinaturas e a justificativa era de que a povoação era aprazível, salubre e com intensa atividade agrícola. Os moradores ressaltaram ainda que o distrito era dotado de luz elétrica de boa qualidade e ocupava um grande território.

O projeto tramitou rapidamente e a Comissão de Estatística da Câmara dos Deputados enviou questionário a diversas autoridades, que se manifestaram a favor da elevação do distrito. O projeto criando o município foi aprovado e deu origem à Lei 1.975, de 1924.

Em 30 de novembro de 1944, por efeito do Decreto-Lei estadual 14.334, a cidade de Bocaiúva passou a ser denominada Macatuba, palavra de origem tupi que significa abundância de macás, palmeira nativa da região.

Vargem Grande do Sul

No século 17, rumo a minas em Goiás, partia uma rota de São Paulo, navegando pelos rios Atibaia (Jundiaí), Jaguari (Campinas), Mogi (Mogi Guaçu), Pardo (Casa Branca), Sapucaí (Batatais) e Grande (Franca). Essa rota originou a Estrada Boiadeira, ao longo da qual fazendas forneciam pousada, alimentos e animais para as tropas que passavam. No século seguinte, sesmarias foram concedidas a fazendeiros que migravam de Minas Gerais.

Do desmembramento de fazendas, surgiu um povoado conhecido como Bairro da Porteira, no caminho para a cidade de Casa

Branca.

O processo de elevação de Vargem Grande originou dossiê com dezenas de documentos e mais de 150 páginas. A representação trazia petição dirigida à Câmara dos Deputados do Estado de São Paulo com 186 assinaturas. Importante manifestação chegou ao Congresso Legislativo paulista em 1919. Foi enviada por 63 lavradores, que pediam para que suas propriedades fossem transferidas de Casa Branca para o novo município de Vargem Grande. A justificativa era de que lá faziam suas transações comerciais, embarcavam café e outros gêneros agrícolas e que seus filhos lá estudavam.

O juiz de paz de São João da Boa Vista, Theophilo Costa, defendeu a elevação. Ele entendia que os municípios vizinhos pouco perderiam e arrolou uma série de vantagens que o distrito obteria com a elevação a município.

A Câmara de São João da Boa Vista aceitou o pedido de elevação do seu distrito, mas questionou as divisas propostas na petição dos moradores de Vargem Grande e apresentou proposta alternativa. O impasse foi superado com uma terceira proposta de divisas elaborada pela Comissão Geográfica e Geológica, que acabou prevalecendo no projeto final.

Em 1921, o processo de elevação de Vargem Grande foi transformado no Projeto 48 da Câmara dos Deputados do Congresso Legislativo do Estado, originando a Lei 1.804, de 1921. A cidade nasceu com o nome de Vargem Grande, alterado para

Vargem Grande do Sul pelo Decreto-Lei 14.334, de 1944.

alesp