Dedico este espaço a uma instituição que é referência nacional e internacional em uma área com a qual me identifico: a agricultura, que representa muito para a economia do nosso país, sendo a "salvação a lavoura" da balança comercial brasileira. Em verdade, trata-se do motor da economia brasileira, principalmente, levando em consideração que, numa política totalmente equivocada, o governo federal nos últimos quatro anos privilegiou o consumo em detrimento da produção. Estou me referindo à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp/ Campus de Botucatu, a nossa querida FCA, que neste ano chega ao seu jubileu de ouro. São 50 anos de atividades acadêmicas, uma trajetória de lutas, conquistas e vitórias que teve o privilégio de contar com a dedicação de homens e mulheres dispostos a construir uma escola que formasse não apenas profissionais acadêmicos, mas também aptos a atuar no mercado, e, sobretudo, seres humanos com condições de transformar, para melhor, o meio em que vivem. Os milhares de agrônomos e engenheiros florestais formados pela FCA atualmente ocupam alguns dos melhores cargos do setor e não por menos, tamanha bagagem que carregam consigo desde os bancos universitários.

Fiquei muito emocionado ao assistir a solenidade em comemoração ao cinquentenário da FCA, o discurso apresentado pelo aluno da primeira turma do curso de Agronomia Walter Cover foi de tocar a todos que lá estiveram. Ele foi um dos integrantes do grupo de 20 alunos excedentes do concurso de habilitação da Esalq responsáveis pelo movimento que culminou com a criação do curso de Agronomia da então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB). "Aquele pequeno grupo de jovens teve que amadurecer rapidamente, imaginar alternativas, buscar alianças, convencer, acreditar, persistir, não esmorecer, agir como um grupo uníssono para concretizar o sonho maior que era a criação do curso de Agronomia (...)", lembrou ele.

Relatos como esse demonstram que uma instituição sólida não nasce apenas de um ideal, mais do que isso, é preciso pessoas determinadas e dispostas a levar um projeto adiante, ainda que muitos as tenham desencorajado e os tachados como loucas. Foi graças àqueles que acreditaram nela no passado que hoje temos uma das faculdades de ciências agronômicas mais respeitadas do Brasil e reconhecida internacionalmente.

A FCA, que tem na sua pós-graduação um alto nível técnico (que demonstra sua maturidade científica), ainda produz conhecimento que gera inovação, produto e renda, resultando assim em mais qualidade de vida para as pessoas. Prova disso é a criação do curso de Bioprocessos e Biotecnologia, que se somou aos já tradicionais cursos de Agronomia e Engenharia Florestal. Isso tudo sem contar que a faculdade ainda tem o privilégio de estar instalada dentro de um espaço com incrível valor histórico, que é a Fazenda Lageado, um patrimônio cuidadosamente preservado pela universidade e motivo de orgulho para o povo de Botucatu.

Enfim, é uma honra para mim dizer que a FCA é nossa menina dos olhos em Botucatu, e que leva o nome dessa terra pelos quatro cantos do mundo. Quero aproveitar este espaço e na pessoa do seu diretor, meu primo professor João Carlos Cury Saad, parabenizar todos os 698 alunos, os 533 alunos de pós-graduação, os 92 docentes e os 279 servidores da instituição. Vida longa à FCA!!



*Fernando Cury é deputado estadual (PPS).