Secretário do Planejamento presta contas de gestão em um quadro de estagflação

Cenário de inflação com recessão obriga contingenciamento de recursos
10/06/2015 19:31 | Da Redação - Fotos: Roberto Navarro

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Marcos Monteiro e Mauro Bragato <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2015/fg171559.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Barba, João Paulo Rillo, Léo Oliveira e Marcos Monteiro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2015/fg171560.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marcos Monteiro: "o desafio de 2015 será muito maior que o esperado"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2015/fg171561.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião desta quarta-feira, 10/6, da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2015/fg171562.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marcos Monteiro e Mauro Bragato<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2015/fg171563.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2015/fg171564.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Ao comentar os gráficos da estagflação (inflação com queda da atividade econômica e aumento do desemprego) que o país vive, o secretário Marcos Monteiro, da Secretaria do Planejamento, declarou que "o desafio de 2015 será muito maior que o esperado", pois apesar de esperar que houvesse queda na arrecadação, não imaginava que ela fosse tão grande.

Só em maio de 2015, segundo os dados que trouxe, São Paulo teve uma queda de mais de R$ 728 milhões, impactando os R$ 6,5 bilhões que haviam sido contingenciados como medida de cautela. Dizendo que se baseou nas médias dos últimos dez anos para fazer, em setembro de 2014, as projeções para o ano de 2015, que seriam de 6,1% de crescimento da inflação, e 1,5% de crescimento no PIB, Monteiro declarou que os números se revelaram tímidos para a inflação, que deverá atingir 8,39% neste ano, e otimistas para um PIB que deverá ser negativo em 1,27%, segundo projeções do mercado.

O secretário mostrou outros gráficos comparativos entre o desempenho da economia paulista e nacional, apresentando curvas com comportamentos similares, mostrando que a economia paulista acompanha o que acontece com a economia brasileira.

Desemprego

Monteiro falou ainda que o juro alto aumentou o custo da dívida e que isso passou a ter uma implicação muito grande para a economia brasileira, que encolheu e levou junto o número de carteiras de trabalho assinadas: em abril, o número do desemprego girava em torno de 166 mil, mas que "infelizmente deve aumentar", segundo Monteiro.

O secretário também fez comentários sobre a meta do superávit do governo federal, que era positivo para 2014 e acabou sendo negativo em 0,6%, e considerou que o crescimento do superávit esperado para 2015, de 1,2%, "representa um número extremamente elevado e um esforço muito grande".

Em suma, Monteiro apresentou um quadro em que todas as projeções de arrecadação do Estado tiveram que ser revistas para baixo, mas que, apesar disso e de esperar um 2015 muito difícil, o secretário acredita nas ações tomadas pelo ministro Joaquim Levy para que o PIB, a partir do ano que vem, volte a ser positivo.

Perguntas de deputados

Após a apresentação do secretário, o presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, Mauro Bragato (PSDB), abriu a palavra para os questionamentos dos deputados presentes, que mostraram preocupação com as alternativas que o governo de São Paulo pretende oferecer para que a economia reaja. Foram sugeridas parcerias público-privadas, reativação do Proálcool e desenvolvimento regional. Por outro lado, houve cobranças contra a extinção de autarquias e fundações públicas e demissão de servidores.

O secretário apontou algumas saídas como, por exemplo, trazer investimento privado (PPPs), mas disse que o Estado já vem fazendo essas parcerias há algum tempo. Disse também que nesse tipo de contrato, o Estado tem de oferecer garantias, o que poderia comprometer sua capacidade de endividamento. "Essa foi a razão de o governador ter ido ao Banco Mundial: para que a instituição oferecesse essas garantias".

Sobre o desenvolvimento regional, o secretário esclareceu que a Grande São Paulo, por conta da atividade industrial, será a que sofrerá maior desemprego, mas afirmou que também há um quadro muito grave e delicado com relação aos municípios. "A repercussão da crise econômica pega o município no contrapé", disse. "Portanto, devemos ter muita atenção com a política de desenvolvimento regional, buscando modelos que acarretem investimentos para determinadas regiões do Estado".

Sobre a extinção de autarquias e fundações, o secretário justificou que eles prestaram no passado serviços de grande utilidade, mas que no presente já não são necessários, e que seus serviços podem ser prestados por outros órgãos.

alesp