A deputada Beth Sahão (PT) abriu audiência pública sobre a terceirização, nesta segunda-feira, 29/6, na Assembleia Legislativa, com a presença do senador Paulo Paim (PT-RS) e líderes de diversas centrais sindicais, do Fórum Nacional e do Fórum de São Paulo. Trabalhadores lotaram o auditório Franco Montoro e o auditório Paulo Kobayashi, onde a audiência foi transmitida por telão. Essa audiência faz parte de uma série de eventos sobre a terceirização que vem sendo realizada pelo senador Paulo Paim em todos os Estados do país. Beth Sahão saudou a presença do senador, afirmando ser ele, hoje, um ícone na luta contra o retrocesso que o projeto da terceirização representa para o país. De acordo com Paim, assim que o projeto foi enviado ao Senado, ele marcou audiência com o presidente Renan Calheiros, que se comprometeu a não colocar o projeto em votação às pressas, tal qual foi feito na Câmara. "Trata-se de um projeto criminoso. Querem que o trabalhador brasileiro seja trabalhador de aluguel. Vamos enterrar definitivamente este projeto no Senado", declarou. Paulo Paim informou, em entrevista coletiva concedida antes da audiência, que suspendeu o recesso de julho para realizar audiências nos 27 estados e no Distrito Federal. Para ele, o projeto que regulamenta a terceirização é criminoso, pois precariza e desmonta o mundo do trabalho, desconhecendo a Constituição e a CLT. Os salários tendem a ficar 30% mais baixos e os acidentes de trabalho aumentam. Hoje, de cada cinco acidentes de trabalho, quatro são no serviço terceirizado. "Não queremos que 40 milhões de trabalhadores com carteira assinada sejam precarizados e lutamos para que os 12 milhões já terceirizados tenham melhores condições de trabalho. Somente com o rufar dos tambores das ruas o Congresso recuará", declarou. O objetivo, segundo o senador, é derrubar o PLC 30/2015, em tramitação, e iniciar o debate a partir de outro projeto assinado pelas centrais sindicais e outras entidades dos trabalhadores. Informou, também, que recebeu documento contra a terceirização assinado pela ampla maioria do Tribunal Superior do Trabalho. O senador disse, ainda, que pela primeira vez o movimento sindical está unido contra um projeto. "É um movimento de enorme grandeza social, política e econômica", concluiu. Pelo Fórum Nacional e Fórum de São Paulo falou Marilene Teixeira; pela CUT, Graça Costa; pela CTB, Pedro Mesquita; pela Intersindical, Edson Carneiro da Silva; pela Nova Central Sindical dos Trabalhadores, Luís Gonçalves. Outros líderes sindicais também se posicionaram contra a terceirização. Os deputados Enio Tatto (PT) e Carlos Giannazi (PSOL) compareceram à audiência, bem como os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP).