Com discursos que ressaltaram a importância de mais apoio ao pequeno e médio agricultor, foi relançada nesta terça-feira, 30/6, na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar de Apoio à Extensão Rural, que funcionará, nesta legislatura, sob a coordenação do deputado Davi Zaia (PPS), que ressaltou o potencial da agricultura familiar para o Estado. "Vamos trabalhar para que a extensão rural seja uma prioridade em São Paulo. O sucesso deste setor - que emprega milhares de pessoas-, se condiciona a uma efetiva rede de apoio, com pesquisas e inovações tecnológicas", declarou Zaia. O coordenador declarou que o objetivo principal da frente é estabelecer um fórum permanente de debates, com apresentação de proposições visando o aprimoramento das políticas públicas e o desenvolvimento rural sustentável. Integrante da frente relançada, o deputado Barros Munhoz (PSDB), que já foi ministro da Agricultura, disse que, apesar de o Estado de São Paulo ser o que mais investe na agricultura, 80% dos municípios paulistas estão em condições precárias e que os pequenos produtores precisam de mais apoio. "Essa frente vai fortalecer a extensão rural. Não se pode esquecer que sem agro não tem negócio", concluiu. Presente à cerimônia, o secretário Arnaldo Jardim disse que a frente será de muita valia na sua gestão à frente da Secretaria estadual da Agricultura e Abastecimento de São Paulo. "Nós queremos ter um trabalho interativo com o Parlamento, em especial com quem milita nessa área", declarou Jardim, assinalando que os esforços do governo devem ser destinados prioritariamente aos pequenos e médios agricultores. O secretário afirmou que a produção agrícola não deve ser encarada como adversária das questões ambientais. "Uma não se opõe a outra", concluiu. Em discurso, o deputado Welson Gasparini (PSDB) reforçou a importância do agronegócio para o país e afirmou que a frente será uma voz ativa dos agricultores no Parlamento. Já a deputada Márcia Lia (PT), invocando sua origem rural, disse que os deputados do interior conhecem bem a realidade vivida pelos pequenos agricultores. Para ela, a monocultura no Estado prejudica a extensão rural. Marco Pilla, da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), entidade responsável pelo planejamento e execução das políticas agrária e fundiária do Estado de São Paulo, disse que há uma preocupação com a melhoria de vida dos agricultores. "O Itesp se preocupa com a saúde e a educação da família do agricultor", observou Pilla. Ele explicou que a fundação busca atuar de modo social e presta assistência técnica a mais de 10 mil famílias distribuídas em assentamentos rurais em todo o Estado. A maioria se localiza na região do Pontal do Paranapanema. A Associação Paulista de Extensão Rural, (Apaer), representada por seu presidente, Abelardo Gonçalves, espera que a frente seja um espaço amplo de debates. Ele afirmou que o termo "agricultura familiar" é uma conquista desse segmento, que produz e tem vida social no campo. Abelardo apontou como desafios a melhoria da renda, oportunidades para a juventude e o desenvolvimento de habilidades, junto aos produtores, na comercialização dos produtos. Em seu pronunciamento, o deputado Edmir Chedid (DEM), 2º secretário da Mesa Diretora, observou que quase metade dos parlamentares integram a frente (43). Ele afirmou que a direção da Alesp prestará o apoio necessário para a condução dos trabalhos e ponderou que é injusto considerar o pequeno agricultor como o vilão no uso da água. Aldo Demarchi (DEM) também ratificou seu apoio ao pequeno agricultor. "Eles produzem para sustentar quem vive na zona urbana", concluiu.