Opinião - Moral e civismo


13/07/2015 11:23 | Welson Gasparini*

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Um mundo melhor depende, fundamentalmente, de pessoas melhores, que não precisam, entretanto, ter o perfil de uma Madre Tereza de Calcutá, para quem todas as pessoas merecem nosso amor: as boas, porque o merecem; as ruins, porque dele precisam. Não devemos, claro, amar quem nos odeia, mas podemos, ao menos, ser tolerantes para com as fraquezas e as deficiências alheias; num mundo imperfeito não há, mesmo, quem possa ser perfeito!

Ainda assim, não podemos entregar os pontos e permitir que o que está ruim fique ainda pior. Podemos e devemos reagir. Desse tema eu me ocupei em recente pronunciamento na Assembleia, quando sublinhei a importância de a gente preparar a nossa juventude, as crianças e os adolescentes de hoje, para um mundo melhor onde não haja clima para a corrupção vicejar ou os maus triunfarem.

Essa mudança precisa começar, primeiro, no interior de cada lar, com o estabelecimento do diálogo entre pais e filhos cada vez mais isolados nos seus mundinhos interiores onde reinam, soberanos, o What"sApp, o Instagram, o Twitter, o Facebook e outras criações modernas. Defendo a volta nas escolas, como disciplina obrigatória, da Educação Moral e Cívica, com o restabelecimento de hábitos, lamentavelmente, em desuso, iniciados pelo do respeito ao professor. No meu tempo de escola, quando o professor entrava na sala de aula todos nós, alunos, ficávamos de pé; ele nos dava um bom-dia e nós respondíamos. Recordo-me também: no mínimo um dia por semana nós tínhamos o hasteamento da Bandeira Nacional e todos os estudantes cantavam o Hino Nacional. Hoje " é triste falar " a grande maioria dos alunos nas nossas escolas não sabe cantar o Hino Nacional. Talvez até mesmo muitos professores não saibam cantá-lo.

Então, é necessária uma revolução de costumes no nosso país e isso tem de começar através das nossas escolas, mostrando como pequenos atos transformam as pessoas em corruptas e, amanhã, as levam a praticar atos corruptos maiores. As escolas, dentro desse meu ponto de vista, não devem se preocupar em ensinar apenas matérias básicas, como português, matemática, geografia ou desenho, mas, também, moral, ética e civismo. Os valores morais, éticos e cívicos devem ser ensinados nas escolas mas também nos lares, onde deve imperar, sempre, a pedagogia do exemplo: o faça o que eu faço e não, apenas, o que eu falo, ainda mais se minha fala não for acompanhada pela minha prática. Os pais são sempre os modelos mais seguidos pelos filhos; devem, portanto, ter condutas humanas e pessoais impecáveis; filhos melhores, afinal, dependem de pais melhores, verdadeiramente empenhados em mostrar-lhes o caminho da honestidade, da honra, da decência e do respeito ao próximo.

*Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.

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