CPI das empresas de telecomunicações ouve o presidente da Vivo


09/09/2015 20:57 | Da Redação Fotos: Maurício Garcia

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Amos Genish, presidente da Vivo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2015/fg175516.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente à CPI que investiga as empresas de telecomunicações<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2015/fg175517.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ed Thomas, Delegado Olim, Roberto Morais, Orlando Morando, Amos Genish, Chico Sardelli e Luiz Fernando Machado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2015/fg175518.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish, esteve na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 9/9, para participar de reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os serviços prestados pelas empresas de telecomunicações, envolvendo telefonia fixa, móvel, internet e televisão por assinatura no Estado de São Paulo, presidida pelo deputado Orlando Morando (PSDB).

O presidente da Vivo falou com os membros da comissão sobre a atuação de sua empresa no Estado de São Paulo e respondeu a questões sobre o grande número de reclamações de usuários dos serviços prestados pela empresa. O relator da CPI, deputado Roberto Morais (PPS), lembrou que o número de clientes que recorrem à Fundação Procon aumenta a cada ano e perguntou por que a Vivo espera pelo apelo do cliente ao órgão de defesa do consumidor para só então solucionar os problemas, em sua maioria relacionados a cobranças indevidas.

Genish considera que os números de reclamações não são tão grandes. Segundo ele, entre os mais de 40 milhões de usuários, são registradas 4,4 mil reclamações por mês. Ele acrescentou que a maior parte das reclamações são resolvidas antes de chegar ao Procon. Porém, admitiu que ocorrem falhas: "Existem, sim, erros no call center, falhas no sistema e no treinamento. Mas sou otimista de que podemos resolver esses problemas a curto prazo. Nossos esforços estão voltados para resolver esses problemas antes de precisarem chegar ao Procon."

Alguns entraves ressaltados pelo executivo para oferecer serviços de qualidade e sem interrupção estão associados a fatores externos como os roubos de cabos, depredação das rádios bases e vandalismo praticado contra telefones públicos. A Vivo calcula que os furtos de cabos no Estado de São Paulo causaram 36 mil cortes em linhas.



Fusão Vivo e GVT

Amos Genish assumiu o cargo que ocupa atualmente, após a fusão entre Vivo e GVT, aprovada pelo Cade, em março deste ano. A compra da operadora de telecomunicações GVT colocou a companhia espanhola na liderança do mercado brasileiro de banda larga, com 30,73% dos clientes, e dobrou sua presença no de televisão por assinatura, incorporando uma fração de mercado de 7,06%.

Para o presidente da Vivo, a recente fusão com a GVT vai permitir melhorias nos serviços nas áreas de banda larga e de TV por assinatura. Na sua avaliação, a operadora de telecomunicações tem conhecimento e modelos operacionais que serão integrados aos da Vivo, como, por exemplo, as equipes próprias de call center e de campo, que garantem maior controle de qualidade dos serviços, além da inovação e saltos no portfólio de serviços e produtos.



Riscos à saúde

O relator da CPI, Roberto Morais, questionou ainda como a empresa lida com as restrições para instalação de antenas em áreas próximas a escolas e hospitais. O presidente da Vivo disse que a tecnologia empregada na telecomunicação reproduz um padrão internacional. "Não existe outra tecnologia disponível e que tenha a aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)." Ele também destacou a falta de uma regulamentação nacional sobre esse assunto, que continua sendo objeto de discussão no Congresso Nacional. Atualmente, existe uma grande quantidade de leis municipais e estaduais que regulam as instalações desses equipamentos em áreas urbanas, o que frequentemente representa entraves para a expansão da cobertura dos serviços de telecomunicação.

Orlando Morando apontou para os riscos existentes para a população que vive ou trabalha próximo às antenas e perguntou se a empresa dispõe de dados científicos sobre o grau de periculosidade dessas instalações. Amos Genish respondeu que, embora exista preocupação sobre isso, as pesquisas internacionais não apresentaram ainda nenhuma prova sobre a efetividade de riscos.



Rentabilidade baixa

Outro assunto tratado na reunião da CPI foram as tarifas praticadas pelas empresas de telefonia. O deputado Chico Sardelli (PV) perguntou como se posicionam os preços cobrados pelos serviços prestados no Brasil em relação ao resto do mundo. O presidente da Vivo não precisou qual a posição do país no ranking das tarifas mais altas em escala global. Apenas sugeriu que o país tem particularidades, como a taxa tributária, que, segundo ele, equivale a 43% das tarifas.

Ele também considerou as obrigações e exigências existentes no Brasil não encontram paralelo com outros países. O retorno econômico do setor de telecomunicação caiu de 12% para 6% ao ano, devido aos custos financeiros. "Não tem lógica investir no Brasil", disse o presidente do da Empresa, ressaltando que o plano de investimento do grupo espanhol no país tem se desenrolado independentemente dos ciclos econômicos. "O único setor que não contribuiu com a inflação foi o de telecomunicação. Ao mesmo tempo, temos perdas nominais de receita em razão da inflação dos últimos anos", declarou Genich.



A questão What sApp

Em um quadro em que se combinam a redução das margens, insatisfação dos clientes e redução dos serviços de voz em contrapartida ao aumento da demanda pelos serviços de transmissão de dados, quais seriam os desafios da Vivo? Foi o que perguntou o deputado Luiz Fernando Machado (PSDB), situando a recente guerra comercial envolvendo a Vivo e os detentores do aplicativo WhatsApp, que utiliza os números da própria operadora para oferecer ligações por VoIP, sem pagar taxas que compõem o Fistel - Fundo de Fiscalização das Telecomunicações.

Para o representante da Vivo, o comportamento dos usuários estão se transformando, com mais demanda por serviços de dados do que serviços de voz. Estes últimos mais simples de serem atendidos, enquanto os outros necessitam de mais investimentos e tecnologia. Como então aumentar a rentabilidade de negócios e buscar sua sustentabilidade? "Investindo na venda serviços digitais e adicionando novos aplicativos", respondeu o presidente da Vivo.

O aplicativo WhatsApp, avalia Gemish, não é um problema para os serviços de dados, mas para o serviços de voz. Ao oferecer ligações por VoIP o aplicativo estaria quebrando a regulamentação brasileira. No entendimento da Vivo, o WhatsApp não tem licença para oferecer esse serviço e não recolhe nada por isso. "Os números utilizados pelo aplicativo são os mesmos dos celulares. Esses números não têm custo, e eles não pagam por isso. Não pode haver regras diferentes para o mesmo jogo", declarou Amos Genish.

A CPI das empresas de telecomunicações é formada pelos deputados Orlando Morando (PSDB) - presidente, Chico Sardelli (PV) - vice-presidente, Roberto Morais (PPS) " relator, Alencar Santana (PT), André do Prado (PR), Delegado Olim (PP), Ed Thomas (PSB), Luiz Fernando Machado (PSDB) e Rogério Nogueira (DEM).

alesp