A Comissão de Direitos Humanos realizou nesta quarta-feira, 9/9, audiência pública para tratar do ranking sexual surgido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Cartazes com conteúdo difamatório sobre a intimidade de alunas (e repletos de termos pejorativos, de cunho racista, machista e homofóbico) foram afixados no Centro de Vivência do campus, em Piracicaba. A audiência foi convocada mediante requerimento de Beth Sahão (PT), vice-presidente da comissão. O diretor da unidade, Luiz Gustavo Nussio, compareceu à reunião e explicou o andamento da apuração do caso. De acordo com ele, até o momento, dois estudantes foram identificados como possíveis idealizadores dos cartazes difamatórios. Afirmou que o episódio está sendo acompanhado pelo Ministério Público, que tomará as devidas medidas jurídicas. Beth lembrou que episódios como o ocorrido na Esalq reforçam a necessidade de uma educação voltada à promoção da igualdade de gênero no país. "Como bem disseram as estudantes, esse tipo de violência não está restrita apenas à Esalq. Ocorre no metrô, nos trens, nas ruas. É uma questão cultural", afirmou. A deputada ressaltou a importância de os planos de educação debaterem com mais profundidade esse tema. "Infelizmente, em muitas cidades, inclusive aqui na Capital, o assunto foi tratado a partir do preconceito religioso. Deixamos de avançar na construção de uma sociedade com mais tolerância e respeito às diferenças", afirmou. bsahao@al.sp.gov.br