CPI recebe denúncia sobre redução do atendimento oncológico em Jacareí


06/10/2015 17:07 | Da redação - Foto: Marco Cardelino

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Dr. Eduardo Abrão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2015/fg176720.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> CPI das Santas Casas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2015/fg176721.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A falta de recursos financeiros está provocando "uma redução drástica" no atendimento quimioterápico e nas cirurgias de pacientes em tratamento de câncer, realizados pelo Hospital São Francisco de Assis, de Jacareí, segundo o médico Eduardo Abrão. Responsável pelo Serviço de Oncologia do hospital filantrópico daquela instituição, Abrão foi ouvido nesta terça-feira, 6/10, pela CPI das Santas Casas, em reunião presidida pelo deputado Afonso Lobato (PV).

"Até abril do ano passado, fazíamos cerca de 50 atendimentos semanais de quimioterapia em quatro cidades do Litoral Norte. Hoje são apenas 20", afirmou Abrão. O Hospital São Francisco de Assis atende, além da Jacareí, Santa Branca, Igaratá, Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela (estas quatro últimas no litoral norte).

O médico disse ainda que não consegue descobrir quantos doentes estão na fila da cirurgia, mas sabe que o número de cirurgias pendentes é de 150 nos últimos meses. O hospital tem profissionais e espaço físico para o atendimento, mas o serviço está ocioso, recebendo em média dois novos pacientes por mês, ele complementou. Por causa da fila, "cinco pacientes, recentemente chamados para cirurgia, haviam falecido", informou Abrão.

Ele disse ainda que o acesso aos procedimentos depende de liberação por parte da Secretaria da Saúde de Jacareí, o que estaria ocorrendo de forma restritiva. Segundo Abrão, a secretaria deve ao hospital cerca de R$ 2 milhões em recursos, que o médico chama de "extrateto", ou seja, que superam os R$ 178 mil que o governo federal destina mensalmente ao serviço de oncologia.

"Como a secretaria não tem condições de cobrir esses gastos, limita a entrada de pacientes", avaliou Abrão, lembrando ainda que, por falha de documentação, a prefeitura de Jacareí ficou três meses sem receber recursos do programa estadual Santas Casas Sustentáveis, um montante que chegaria a R$ 400 mil.

"Preocupa-me os pacientes que estão na fila. E essa realidade não é diferente em outras regiões", arrematou Lobato. Também participaram da reunião os deputados Carlos Neder (PT), Gil Lancaster (DEM), Celso Giglio e Carlão Pignatari (ambos do PSDB) e Orlando Bolçone (PSB).

alesp