Deputada Maria Lucia Prandi - biografia


07/10/2015 19:11 | Antônio Sérgio Ribeiro*

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Nascida na cidade paulista de Potirendaba, em 29 de novembro de 1944, era filha de Victorio Prandi e Josephina Biselli Prandi, sendo a caçula de uma família de nove irmãos.

Transferindo-se com sua família para a cidade de Santos, quando tinha 11 anos de idade. Com apenas 14 anos de idade, já dava aulas, iniciando-se na profissão que abraçaria e na luta em prol da educação. Para ela, "a educação era à base da transformação social e da redução das desigualdades".

Estudou no tradicional Colégio Canadá, formando-se no curso de magistério, após fazer os cursos regulamentares, formou-se em história pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), iniciando sua carreira no magistério público estadual como professora na rede de ensino, de depois como diretora entre 1978 a 1992 na cidade de Santos, atuando sempre em defesa da classe da educação, por escola pública de qualidade. Foi conselheira da então Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), hoje Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, entre 1985-1990. Posteriormente formou-se também em pedagogia.

Filiada ao Partido dos Trabalhadores desde 1984, exerceu o cargo de presidente do Diretório Municipal do PT de Santos, entre 1990 a 1992, em 2006 e a partir de 2013.

Exerceu o cargo de secretária municipal de Educação de Santos no período de 1989 a 1992, na gestão da prefeita Telma de Souza.

Iniciou sua carreira politica quando foi eleita vereadora à Câmara Municipal de Santos, nas eleições de 3 de outubro de 1992, com 4.987 votos, a maior votação do pleito. Foi escolhida pelos seus pares, presidente da Mesa Diretora, quando do início da legislatura, sendo a primeira mulher (e única até hoje) a ocupar esse cargo no Legislativo santista, entre 1993 e 1994.

No pleito de 3 de outubro de 1994, foi eleita deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores, com 30.449 votos, para a 13ª Legislatura (1995-1999). Deixando sua cadeira de vereadora na Câmara Municipal de Santos, assumiu seu mandato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em 15 de março de 1995. Integrou como membro efetivo a Comissão de Educação durante as duas sessões legislativas do quadriênio. Foi coordenadora do Seminário Violência Contra Jovens e Adolescentes, realizado em 1996.

Reeleita deputada estadual, para a 14ª Legislatura, (1999-2002), em 4 de outubro de 1998, com 38.230 votos, assumiu seu mandato em 15 de março seguinte. Foi membro efetiva da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, e sua presidente em 1999.

Foi mais uma vez eleita deputada estadual no pleito de 6 de outubro de 2002, com 106.444 votos, exercendo o mandato parlamentar na 15ª Legislatura, para o quadriênio 2003-2007. Ocupou o cargo de 4º Secretário da Mesa Diretora da Alesp no biênio 2003-2005, chegando a exercer o cargo de 2ª secretária da Mesa, e foi novamente membro da Comissão Permanente de Educação, e sua presidente no ano de 2007. Por duas vezes consecutivas foi a parlamentar mais votada na baixada santista e litoral para a Assembleia Legislativa.

Nas eleições de 1º de outubro de 2006, foi reconduzida ao Palácio 9 de Julho, com 55.736 votos, exercendo seu mandato parlamentar na 16ª Legislatura, no período de 2007-2011. Ocupou mais uma vez o cargo de 4ª secretária da Mesa Diretora no biênio 2007-2008. Foi integrante da Comissão Permanente de Educação, e mais uma vez sua presidente em 2009. Nos quatro mandatos como deputada estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo, foi vice-líder do Partido dos Trabalhadores.

No pleito municipal de 2008, saiu candidata à prefeita de Santos pelo PT, mas João Paulo Papa, do PMDB, acabou vencendo ainda no primeiro turno.

Tentou uma vaga de deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores na eleição realizada em 3 de outubro de 2010, obtendo 56.108 votos, ficando em uma suplência da coligação formada por PRB-PR-PCdoB e PTdoB. Deixando a Assembleia Legislativa paulista em 14 de março de 2011, tornou-se assessora de relações institucionais da senadora Marta Suplicy, então do PT.

Maria Lucia Prandi acabou assumindo sua cadeira na Câmara Federal para a 54ª Legislatura, 2011-2015, sendo empossada em 1º de abril de 201, na vaga do deputado Ricardo Berzoini, que se licenciou para assumir o cargo de ministro das Relações Institucionais.

Na Câmara dos Deputados, integrou como membro titular a Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e como suplente a Comissão de Cultura, e na Comissão Especial sobre o PL 7108/14. Como deputada federal tinha como bandeira a defesa da educação; cultura; criança e adolescente; desenvolvimento e porto; habitação; lutas regionais; meio ambiente; mulher; saúde e terceira idade.

Participou de diversos congressos e inúmeras representações durante o seu mandato parlamentar, entre eles, a Conferência Mundial de Habitação, realizada na cidade de Istambul, na Turquia, em 1996. A deputada Maria Lucia Prandi recebeu diversos títulos de cidadã, entre as quais a de Cidadã Santista, concedida pela Câmara Municipal de Santos.

Além de formada em história e pedagogia, tinha mestrado em ciências sociais e política, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no ano de 2008.

Era membro do Conselho Fiscal Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores desde 2004. Foi classificada pelo Movimento Voto Consciente entre os deputados mais atuantes do Estado de São Paulo, chegando a obter a nota nove.

Ela estava internada desde o dia 23 de setembro na unidade de terapia intensiva do Instituto do Câncer, depois de uma crise provocada por uma infecção pulmonar que se agravou nos últimos dias, e se manteve consciente até esta terça-feira, dia 6 e, segundo amigos, não queria ser entubada. Faleceu manhã seguinte.

*Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador. É funcionário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

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