Funcionários do metrô debatem desestatização da Linha 5 do Metrô

Encontro confirma apoio ao lançamento de frente parlamentar em defesa do Metrô
09/10/2015 17:16 | Da Redação: Joel Melo Fotos: José A. Teixeira

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Raul Marcelo ( 2º à esq.) preside audiência com funcionários do Metrô<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2015/fg176865.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Debate sobre desestatização da Linha 5 do Metrô reúne parlamentar e metroviários<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2015/fg176866.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Auditório Teotônio Vilela durante audiência com funcionários do Metrô<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2015/fg176867.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Representantes dos funcionários do metrô de São Paulo discutiram nesta quinta-feira, 8/10, no auditório Teotônio Vilela, a desestatização da Linha 5 do Metrô " que vai de Santo Amaro à Chácara Klabin e reiteraram seu posicionamento contrário à medida. Eles defenderam, também, a ideia do lançamento de uma frente parlamentar em defesa do metrô público, estatal, de qualidade e com tarifa social,

Neste sentido, o deputado Raul Marcelo (PSOL) já colheu 24 assinaturas de seus colegas para a instalação dessa frente parlamentar. Segundo Raul Marcelo, que presidiu a mesa da audiência pública, o metrô se expande lentamente. Ele disse que a extensão atual das linhas, de 78 km, não está à altura do poderio econômico do Estado mais rico da federação, com orçamento de R$ 250 bilhões. "A frente pretende encontrar mecanismos de pressionar os governo de São Paulo e o federal, e também esclarecer esse processo de privatização que quer transformar o deslocamento humano, tornando-o cada vez pior, para locupletar alguns empresários"

O parlamentar apontou outros temas que serão abordados pela frente. "O cartel nas licitações e serviços do Metro e CPTM e o desrespeito ao direito de greve serão também temas sobre os quais a frente pretende se debruçar", disse Raul Marcelo, que quer uma diretoria democrática no metrô. Outra crítica do deputado recaiu sobre a notícia veiculada essa semana sobre a transformação em sigilosos documentos sobre a companhia (o governo voltou atrás da medida). "É claramente inconstitucional e chega a ser vexatório", afirmou.

Transporte: direito social

O sindicalismo Paulo Pasin, em sua participação na audiência pública, falou sobre a PEC de autoria de Luiza Erundina (PSB), recém aprovada no Congresso Nacional, que transforma o transporte em um direito social e que pretende transformar a tarifa do metrô (e dos demais transportes de passageiros) em tarifa social, viabilizando os demais direitos, como ir à escola, ao posto de saúde etc. "O transporte público é fundamental para a população ter acesso aos demais direitos", disse Pasin. Ele alertou, entretanto, que de nada adianta esse direito se não houver transporte, e esse transporte depende da existência de verba para sua expansão: "o próprio BNDES estimou em R$ 265 bilhões a quantia necessária para se começar a discutir mobilidade urbana". Segundo o sindicalista, para melhorar a mobilidade, há a necessidade de um percentual de 2% do PIB. No entanto, não é dispensado nem 1% do Orçamento para o transporte. "Por isso vivemos esse caos em São Paulo e em todas as grandes cidades do país". Enfim, Pasin defendeu a universalidade do transporte público e a tarifa zero para todos.

Ocuparam também o microfone o engenheiro Lúcio Gregório, ex-secretário de Transporte do governo de Luiza Erundina, Altino de Melo, do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, e o vereador pelo PSOL Toninho Vespoli, que prometeu levar a discussão da frente para a Câmara dos Vereadores de São Paulo. O público público presente também pode participar do debate.

alesp