Em um momento muito complicado da crise econômica no Brasil, o presidente Fernando Capez entrevistou o embaixador Rubens Barbosa no programa Discussão Nacional desta quarta-feira, 21/10, da TV Alesp, para responder sobre qual a exata situação do país e como o governo deve se comportar para tentar minimizar ou até superar a crise. Durante a entrevista, Capez perguntou se o Brasil está a caminho de um desastre econômico. Segundo Barbosa, depois de muito tempo de desequilíbrios econômicos, o país entra em um momento crucial, no qual começa a sentir as consequências dos mesmos. Os gastos do governo estão crescendo mais que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e, numa projeção até 2030, se medidas drásticas não forem tomadas, o gasto público vai crescer exponencialmente e o país vai caminhar na mesma direção que alguns países europeus, que tiveram graves problemas econômicos, como Portugal, Espanha e Grécia. O Brasil tem perspectivas muito negativas se não tomar essas medidas a médio e longo prazo. O país pode passar os próximos 15 anos correndo sérios riscos e a situação econômica ficar incontrolável. O país não tem capacidade de pagar as dividas públicas e externas, sem cortes orçamentários, redução de salários, reformas estruturais (previdência, tributo e trabalho) e aumento da competitividade (de importação), evitando que o Brasil entre em colapso. O embaixador apontou diversas outras ações que o governo brasileiro deve tomar: reformas estruturais, políticas e de estado, diminuição do custo pessoal e empresarial no Brasil, maior competitividade e produtividade, medidas econômicas mais eficientes e a substituição da simbologia, como de frases "politicamente corretas" pela ação pragmática. Rubens Barbosa tem mestrado na universidade de ciências econômicas e políticas de Londres (London School of Economics and Political Science), além de já ter ocupado muitos cargos no governo brasileiro e no Ministério de Relações Exteriores. Hoje, o embaixador escreve para o Estado de São Paulo e O Globo. Ocupa o cargo de consultor de negócios e é presidente do Conselho Superior do Comércio Exterior da Fiesp.