A Frente Parlamentar de Segurança Pública, coordenada pelo deputado Coronel Camilo (PSD), realizou, nesta quinta-feira, 5/11, audiência pública para debater a relação entre desordem urbana e segurança pública. "A desordem urbana é um dos grandes fatores que levam ao crime", observou o parlamentar, lembrando pesquisa que mostra ser a maior parte dos crimes decorrente de oportunidade. Há três fatores envolvidos no crime: a vítima, o infrator e o ambiente. De acordo com a explicação do Coronel Camilo, todos os fatores precisam ser trabalhados para que o combate ao crime seja efetivo. O trabalho com a vítima ocorre com a orientação; o infrator é combatido pela diminuição da impunidade e o ambiente, responsável por 60% da causa do crime, deve ser trabalhado por meio do combate à desordem urbana. A desordem urbana pode ser física, como lixo nas ruas, comércio de rua irregular, caçambas em locais proibidos, falta de iluminação pública, calçadas quebradas; ou social, caso da mendicância, dos viciados em drogas que ocupam as ruas, dos flanelinhas. Ambos os problemas de alguma forma podem dar a oportunidade ao crime e precisam ser combatidos. Como exemplo da busca de solução, o deputado citou projeto aprovado pela Assembleia, de sua autoria, que permite ao poder estadual coibir os chamados "pancadões". Consegs O coordenador dos Conselhos de Segurança (Consegs), Evaldo Coratto, discorreu sobre algumas medidas tomadas pelos Consegs, especialmente a confecção de material educativo. O comandante da Polícia Militar da cidade de São Paulo, Coronel Reynaldo Zychan, enfatizou a importância da "conversa" para a resolução de problemas e enalteceu as parcerias, especialmente com o Conseg, o principal interlocutor da PM com a sociedade. "Perdemos a noção de lugar público", comentou o comandante. Segundo ele, lugar público virou sinônimo de "lugar de ninguém": qualquer um se apropria dele e faz o que bem quiser. O coronel apresentou os principais problemas de desordem pública enfrentados pela Polícia Militar, como os pancadões, os ambulantes no centro da cidade, as invasões de prédios e a comercialização de produtos ilegais. Falou sobre as limitações legais de atuação da PM em vários destes casos; Gilson Menezes, comandante da Guarda Municipal da cidade de São Paulo, abordou temas relativos à atuação da guarda metropolitana, destacando a importância da parceria com a Polícia Militar. Participaram também do debate o deputado Welson Gasparini (PSDB), o presidente da Associação Paulista Viva, Antonio Carlos Franchini, o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, Humberto Elias, o ex-secretário nacional de segurança, coronel José Vicente da Silva Filho, e o especialista em segurança pública, Tulio Kahn, além de policiais militares e civis, representantes da prefeitura de São Paulo, líderes comunitários e guardas municipais.