Por iniciativa de Maria Lúcia Amary (PSDB), foi lançada nesta quarta-feira, 11/11, a Frente Parlamentar de Enfrentamento às DST/HIV/Aids. Esta é a terceira edição da frente que, em 2008, foi proposta e coordenada por Bruno Covas (PSDB) e, em 2011, relançada pelo deputado Fernando Capez (PSDB). De acordo com a deputada, a frente dará continuidade ao trabalho já feito, de forma a contribuir para a conexão entre Legislativo, Executivo e movimentos sociais e ONGs, para o avanço das políticas públicas que visem prevenção, assistência, inclusão social e melhoria da qualidade de vida das pessoas portadoras de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e HIV/Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). Compondo a mesa de lançamento, o deputado Ed Thomas (PSB) parabenizou Maria Lúcia Amary e as entidades presentes pelo trabalho de prevenção que, segundo ele, é o que mais importa. Metas O secretário de Saúde, David Uip, foi representado por Rosa de Alencar Souza, coordenadora-adjunta do Programa Estadual de DST/Aids. Ela falou da alegria de estar presente no lançamento dessa nova frente e salientou que, embora tenha havido muitos avanços no tratamento dessas doenças, ainda persiste sobre as pessoas portadoras de HIV/Aids um estigma que precisa ser eliminado. "A infecção é hoje uma doença crônica, e é preciso garantir que essas pessoas tenham condições de acesso ao acompanhamento necessário, que, pelo menos por enquanto, é para toda a vida", afirmou a médica. Para ela, o grande compromisso e desafio atual é a meta 90-90-90 estabelecida pelo Brasil, perante a ONU. A meta consiste em ter, até 2020, 90% das pessoas com HIV diagnosticadas; deste grupo, 90% seguindo o tratamento; e, dentre as pessoas tratadas, 90% com carga viral indetectável. Rodrigo Souza Pinheiro, presidente do Fórum de Ong/Aids do Estado de São Paulo, afirmou que a isenção de tarifas de transporte público para portadores de HIV/Aids é uma das mais importantes reivindicações da frente, desde a primeira edição coordenada pelo deputado Bruno Covas. "Precisamos de uma lei estadual para pressionar também os municípios, e sabemos que ela deve ser apresenta pelo Executivo", disse. Rodrigo Souza Pinheiro lembrou outra demanda levantada pelos movimentos, já quando Capez foi coordenador, que foi o não fechamento da Casa da Aids. "Não conseguimos impedir o fechamento da casa da Frei Caneca, mas conseguimos que o secretário David Uip reabrisse o serviço no bairro de Pinheiros. O representante do Fórum de ONG/Aids também falou da necessidade de garantir a sobrevivência das ONGs, com repasses regulares de recursos. A necessidade de uma gestão participativa dos serviços de atenção às DST foi lembrada por Celso Ricardo Monteiro, representando a Secretaria municipal de Saúde de São Paulo, que também pediu que os municípios atuem em parceria. A atuação local também foi destacada pelos prefeitos de Sarapuí e Cerquilho, presentes ao lançamento. Sem dogmas Segundo Paulo Jacomini, representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV (RNP+), o enfrentamento das DST/HIV/Aids é um trabalho para ser realizado por toda a sociedade, por isso, a política tem de ser laica, sem dogmas religiosos, nem empresarial. "E é preciso atingir os travestis, os usuários de crack, as populações encarceiradas, sem isso não vamos conter a epidemia de Aids", acrescentou. Também compondo a mesa de lançamento da Frente Parlamentar de Enfrentamento às DST/HIV/Aids, Roseli Tardelli ofereceu o apoio crítico da Agência de Notícias da Aids, da qual é diretora-executiva, e sugeriu à deputada Maria Lúcia Amary que leve ao governador Alckmin as demandas do segmento. Além de grande número de ONGs, estiveram representados no evento 15 municípios, além da capital e as secretarias de Estado da Cultura e da Agricultura e Abastecimento.