O ato solene que comemorou os 25 anos de existência da Escola de Música do Estado de São Paulo " Emesp Tom Jobim levou ao Hall Monumental da Assembleia Legislativa alunos e seus pais para comemorar a data com muita música, de várias tendências, do chorinho ao clássico, passando pelo rock, jazz e bossa-nova. O evento serviu também para reivindicações de mais verba para a escola, que vem reduzindo o quadro de professores e extinguindo cursos livres e deixando os salários defasados, conforme disseram alunos e professores. Os alunos formandos discorreram sobre as dificuldades enfrentadas neste momento, ressalvando, entretanto, que a Emesp continua sendo a escola de música mais importante do país. Guilherme Santana, que estuda guitarra, disse que a importância da escola é muito maior do que aparenta, porque, segundo ele, "quem quer chegar a um nível de excelência, pode encontrá-lo na Emesp, que tem um quadro de professores que a gente não vai encontrar em nenhum lugar no mundo, porque os guitarristas que tocam bem música brasileira você vai encontrar somente no Brasil". Mateus Mota concordou com seu colega e apontou o fato de que a Emesp é uma escola única no Brasil e referência no exterior. "Alunos de Amsterdã vieram este mês conhecer a escola. Eles vêm para conhecer a música brasileira na Emesp. Não tem nenhum outro lugar. Acho que é uma pena essa redução da escola", lamentou. A iniciativa do ato solene foi do deputado Carlos Giannazi (PSOL), que falou de seu esforço para colocar no Orçamento de 2016, que será fechado até o dia 20/12 e que ainda está acolhendo emendas, mais recursos para as escolas. Giannazi inaugurou uma nova maneira de conseguir apoio às demandas da Emesp: como havia votação no plenário Juscelino Kubitschek, ao lado de onde estavam acontecendo as apresentações musicais, aproveitava cada intervalo na programação musical e trazia um colega seu para garantir apoio à escola. Em uma dessas vindas, trouxe consigo o presidente da Assembleia, Fernando Capez, que não só abraçou a causa, como anunciou que pretende transformar o Palácio Nove de Julho, onde funciona a Assembleia Legislativa e que fica em frente ao Parque do Ibirapuera, em um espaço mais acessível à população, oferecendo atividades durante os finais de semana, como mostras de obras de arte e apresentações musicais, entre outras. Para as apresentações musicais, Capez disse que espera fazer um convênio com a Emesp e oferecer aos alunos, além de mais recursos para o funcionamento da escola, um espaço de apresentações para o público do Ibirapuera, que, aos finais de semana, chega a 300 mil. Reconhecendo o empenho de Giannazi na defesa das escolas, Capez elegeu o colega para, a partir do começo de dezembro, costurar o convênio entre a Emesp e a Assembleia.