Frente parlamentar busca solução para o uso de sacolas plásticas

Reversão da proibição prejudica a população, afirmaram convidados
24/11/2015 20:49 | Da Redação: Fotos: Roberto Navarro

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Uso de sacolas plásticas em debate na Assembleia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180579.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Alfredo Schmitt  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180581.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Beth Sahão, Francisco Chagas, Marcos Martins, Luiz Fernando e Luiz Turco<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180582.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Presentes no evento <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180583.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Frente parlamentar busca solução para o uso de sacolas plásticas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180584.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Uso de sacolas plásticas em debate na Assembleia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180488.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Luiz Fernando e Luiz Turco <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180489.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Simão Pedro <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2015/fg180490.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Tema que há algum tempo vem alimentando polêmicas, o uso de sacolas plásticas teve sua regulamentação discutida em evento realizado nesta terça-feira, 24/11, na Assembleia Legislativa, por iniciativa da Frente Parlamentar da Química em São Paulo. A frente, que é presidida pelo deputado Luiz Turco (PT), está subdividida em setores, e o setor plástico é coordenado pelo deputado Luiz Fernando (PT).

"Esse é o primeiro evento da frente, lançada em outubro, e o tema das sacolas plásticas é fundamental para São Paulo", ponderou Luiz Turco, que definiu a decisão que levou ao fim da distribuição gratuita das sacolas como "lobby feito pela Associação Paulista de Supermercados".

Esse lobby teve em vista aumentar o lucro dos supermercados, que passaram a vender sacolas plásticas, disse Luiz Fernando, mas as consequências, segundo ele, levaram a grandes problemas na indústria química e desemprego de seus trabalhadores.

"Vamos ouvir todas as partes envolvidas nesse processo. Nosso objetivo é chegar a uma regulamentação para o Estado, revertendo esse lobby da cidade de São Paulo", completou o deputado.

Bioplástico e logística reversa

Entre os convidados para a audiência pública, o secretário de Serviços paulistano, Simão Pedro, defendeu a solução da prefeitura, de regulamentar uma sacola maior, composta de bioplástico e plástico derivado do petróleo, que fosse utilizada na coleta seletiva.

"Assim, em vez de vilã do meio ambiente, a sacola se torna um instrumento de educação ambiental e sustentabilidade", afirmou. Ele disse ainda que a prefeitura é contra a venda das sacolas plásticas pelo supermercado. "Entramos com uma ação e ela está sob análise. Com a venda, os supermercados deixam de cumprir seu papel na logística reversa", acrescentou.

O deputado federal Andres Sanchez (PT/SP) se disse um defensor do setor petroquímico e definiu a lei municipal das sacolinhas como "uma hipocrisia". O ideal seria "educar o povo a usar a sacolinha, e não proibi-la", afirmou.

Diretor da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), Alfredo Schmitt caracterizou as sacolas plásticas como atóxicas, 100% recicláveis, baratas e que não promovem desmatamento. Ele ainda desacreditou informações de que as sacolas durariam até 500 anos. "Ninguém sabe isso", observou.

Segundo dados apresentados por ele, as sacolas plásticas representam apenas 0,2% dos resíduos sólidos urbanos do país. Quanto às ecobags retornáveis, de acordo com Scmitt, podem apresentar problemas sérios de contaminação por bactérias se não forem lavadas a cada três dias, o que implica aumento no consumo de água.

"Para os que apontam como solução as caixas de papelão, lembramos que 74% da população leva suas compras para casa a pé ou de ônibus", informou.

Empregos

Também foram ouvidos na audiência representantes dos trabalhadores do setor químico/plástico. Oswaldo Bezerra, presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, disse que a lei municipal em vigor pecou num aspecto fundamental: "Esqueceram de fazer um estudo de impacto social e nos empregos". Ele lembrou que esse ramo da indústria já contabiliza mais de 12 mil postos de trabalho fechados no Estado de São Paulo, número que pode chegar a 15 mil até o final do ano.

"Estamos defendendo os empregos", resumiu Raimundo Suzart, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC. "Se não tomarmos cuidado, outras cidades vão proibir as sacolas plásticas. E essa é a ponta do iceberg de outras discussões, em uma situação que pode empurrar as indústrias químicas para outros Estados."

A audiência pública contou ainda com a participação, entre outros, do presidente do instituto socioambiental Plastivida, Miguel Bahiense e de representantes do Idecon e do SOS Consumidor, entidades de defesa dos consumidores (Reginaldo Senna e Jorge Kaimoto, respectivamente); Romildo Campelo, secretário adjunto do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo; do ex-vereador Francisco Chagas.

Entre os parlamentares também participaram Marcos Martins e Beth Sahão, ambos do PT. Eles destacaram a importância da discussão do tema e se solidarizaram com os trabalhadores que lutam pela manutenção de empregos na área. "Temos a expectativa de que, a partir do trabalho da frente, sairão soluções viáveis que envolvam nossa atuação como parlamentares", concluiu Beth.

alesp