Usei a tribuna da Assembleia, num dos meus primeiros pronunciamentos após o recesso parlamentar, para apelar não apenas ao governador Geraldo Alckmin, mas a todas as pessoas responsáveis neste Estado: declarem guerra para vencer a epidemia da dengue. E tem de ser, ainda mais, uma guerra sem tréguas, porque se trata de um inimigo implacável: apenas em Ribeirão Preto, no ano passado, 4.949 pessoas contraíram a dengue; duas morreram e as demais congestionaram os postos de saúde e os hospitais. Já neste ano, nos primeiros 15 dias de janeiro, em Ribeirão Preto foram confirmados 927 novos casos dessa doença. A epidemia da dengue, este ano, vai matar muita gente. Então, é importante haver a união de todas as pessoas de boa vontade contra o inimigo comum. Pedi ao governador de São Paulo para assumir essa liderança convocando, ao Palácio do Governo, líderes de entidades e de associações, todos que queiram ser voluntários nessa guerra incomum: clubes de serviços, clubes sociais, rotarianos, os membros do Lions Clube, os Consegs (conselhos de segurança), os pastores, sacerdotes, professores, diretores de escolas etc. A participação dos religiosos seria muito simples: reservarem, nas suas orações e pregações, um tempo para falar da gravidade do momento que nós estamos atravessando. Pedindo àquele que vão rezar, pedir a proteção de Deus, para darem proteção aos seus familiares, seus vizinhos e seus amigos. Dessa guerra é muito fácil de participar: trata-se de convencer as famílias a examinarem seus quintais e não deixarem recipientes de água nos quais os mosquitos possam se proliferar. São medidas simples mas, comprovadamente, eficazes. Sugeri, também, o envolvimento da Secretaria da Educação, com as escolas cumprindo o seu papel de educar as crianças para atuarem nessa guerra. O professor buscaria convencer o seu aluno a chegar em casa e falar aos seus pais: "Vamos tirar o lixo do nosso quintal. Vamos tirar qualquer recipiente de água parada". Teríamos, assim, milhares de jovens engrossando as fileiras dos já engajados nessa operação de guerra.. Também sugeri ao governador convidar para uma reunião no Palácio do Governo diretores de jornais, rádios e televisões, apelando para entrarem nessa guerra com idealismo e amor à saúde pública. Fiz um apelo, ainda, ao secretário da Saúde para transformar o Estado de São Paulo, através da guerra a esse terrível inseto, responsável por três insidiosas doenças (e não mais, apenas, a dengue), num exemplo para o Brasil no combate a uma epidemia tão danosa. Tenho certeza de que, através da unidade da família paulista, sairemos vencedores desta guerra, evitando a morte de crianças, jovens, adultos e idosos atualmente à mercê desse ignóbil Aedes aegypti. *Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.