Secretário da Saúde comemora início dos testes clínicos da vacina contra dengue

Pasta também tem combatido desperdício e melhorado no uso de recursos disponíveis, afirma David Uip
23/02/2016 20:08 | Da Redação: Fernando Caldas Fotos: Maurício Garcia de Souza

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Wilson Polara e secretário estadual da Saúde, David Uip<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-02-2016/fg185233.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião desta terça-feira, 23/2, da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-02-2016/fg185234.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> David Uip diz que a terceira fase do desenvolvimento da vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan pode mudar a história do mundo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-02-2016/fg185235.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Início dos testes clínicos da vacina contra dengue é comemorado por David Uip<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-02-2016/fg185236.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O secretário estadual da Saúde, David Uip, disse que a terceira fase do desenvolvimento da vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan pode mudar a história do mundo. A declaração foi feita nesta terça-feira, 23/2, na reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, que ouviu a exposição do secretário sobre as metas e execução dos programas a cargo de sua pasta no último quadrimestre, conforme prevê o artigo 52-A da Constituição Estadual.

Anunciada na segunda feira, 22/2, a terceira e última fase de testes clínicos da vacina em voluntários começa a ser desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com o National Institutes of Health (EUA). Segundo Uip, a vacina em teste pode proteger as pessoas, com uma única dose, contra os quatro tipos de vírus da dengue.

Os estudos começam com 1,2 mil voluntários recrutados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, mas devem atingir ao todo 17 mil em 13 cidades, situadas nas cinco regiões do país. De cada três voluntários, dois vão receber a vacina. O terço restante vai receber placebo, com o objetivo de se confirmar se os que tomaram a vacina ficaram protegidos da doença. O prognóstico é que o Instituto Butantan comece a distribuir a nova vacina em 2018, com capacidade de produção de 1 bilhão de doses.

Os investimentos para o desenvolvimento dos estudos devem somar R$ 300 milhões. O Ministério da Saúde vai investir R$ 100 milhões, e a outra parte dos recursos previstos deve vir do Ministério da Ciência, Tecnologia, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os números da pasta

David Uip apresentou aos membros da comissão, presidida pelo deputado Celso Giglio (PSDB), os números da pasta que dirige. Segundo ele, em 2015, o total da despesa foi de R$ 14 bilhões, o equivalente a 12,5% da receita líquida. Foram realizados 395 mil atendimentos hospitalares e 156 milhões procedimentos ambulatoriais.

O secretário também sublinhou que a cobertura da saúde complementar no Estado de São Paulo se retraiu no período, fixando-se em 42% da população. Cerca de 266 mil pessoas deixaram de ser beneficiadas por planos de saúde privados entre dezembro de 2014 e setembro de 2016. O que representa um acréscimo da demanda por serviços do sistema público de saúde.

Uip detalhou informações sobre os programas Pró Santas Casas e Santas Casas SUStentáveis. Em relação a este último, ele afirmou que o primeiro ano de aplicação do programa resultou na melhora sensível dos serviços prestados pelas instituições que aderiram ao programa, especialmente os estabelecimentos estratégicos, que oferecem atendimento de alta complexidade. Ele atribui o êxito da iniciativa aos métodos de avaliação baseados em indicadores de gestão e de qualidade.

Combate ao desperdício

O deputado Carlos Neder (PT) solicitou ao secretário David Uip que, nas próximas prestações de contas, a secretaria envie os dados quadrimestrais com antecedência aos parlamentares, para que estes possam analisá-los e debater com mais aprofundamento. Neder também solicitou que o secretário resgate o projeto de lei que atualiza a legislação do Conselho Estadual da Saúde e normatiza a atuação dos conselhos gestores nas unidades de saúde.

Já o deputado Marcos Martins (PT) questionou a razão de o governo do Estado não contribuir para as operações do Samu em território paulista. David Uip justificou a não participação no financiamento do Samu em razão de o Estado ter seu próprio serviço de socorro, operado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, que combina resgate terrestre e aéreo.

O deputado Padre Afonso Lobato (PV) demonstrou sua preocupação com relação ao credenciamento de leitos de UTI no Vale do Paraíba e aos tratamentos de oncologia na região. Já o deputado André do Prado (PR) sugeriu que seja feita uma sensibilização dos deputados federais paulistas para que se empenhem a pressionar o Ministério da Saúde a efetivar os credenciamentos de serviços de saúde no Estado.

Gil Lancaster (DEM) questionou como o governo está se preparando para enfrentar quadros de epidemia, tendo em conta que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve apresentar neste ano déficit de R$ 14 bilhões.

David Uip disse que nenhum governo no mundo está preparado para uma epidemia. "Estamos tentando garantir recursos para ajudar os municípios, mas as dificuldades são grandes. Precisamos de aportes federais, mas é necessário reconhecer que não há dinheiro novo no Ministério da Saúde. Estamos lutando tostão por tostão destinado à saúde. Como? Combatendo o desperdício e melhorando o uso dos recursos disponíveis".

alesp