Projeto propõe a instituição da Semana de Prevenção e Combate à Trombose

Doença é uma das principais causas de morte, atrás apenas do infarto e do AVC
25/02/2016 17:25 | Da Redação

Compartilhar:


Tramita na Assembleia Legislativa proposta para criação da Semana Estadual de Prevenção e Combate à Trombose, que deve ser realizada anualmente na semana de 13 de outubro. Segundo Gil Lancaster, autor do PL 1.487/2015, a medida beneficiará milhares de pessoas nas 645 cidades paulistas.

O parlamentar afirma que o objetivo é conscientizar a população através de procedimentos informativos, educativos, organizativos e palestras, a fim de que a sociedade venha conhecer melhor o assunto e debater sobre iniciativas de prevenção e combate à trombose.

O termo trombose se refere à presença de coágulos nos vasos sanguíneos (artérias ou veias) e é uma das principais causas de morte no mundo, atrás apenas do infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico. O critério para a escolha desta data é pelo motivo de no dia 13/10 já se comemorar o Dia Internacional de Combate à Trombose.

A trombose ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas, o que pode obstruir o fluxo de sangue e causar inchaço e dor na região. O maior problema nesses casos é se ocorrer a embolia, processo em que o coágulo se desprende e se movimenta, podendo ficar retido no cérebro, nos pulmões ou coração, levando a graves lesões.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma meta global para reduzir em 25% o número de mortes prematuras por doenças não infecciosas até 2025. Em sintonia com essa meta, Gil Lancaster alerta que "para isso é fundamental focar em medidas para redução da trombose, e ainda no esclarecimento à população das causas e principalmente prevenção".

*Com colaboração da assessoria do deputado Gil Lancaster.

Fatores de risco

Alguns fatores são considerados de risco para a ocorrência de trombose:

" Permanecer sentado por muito tempo, principalmente quando se está dirigindo ou dentro de um avião. Quando as pernas ficam na mesma posição por um tempo prolongado, os músculos da panturrilha não se contraem o que dificulta a circulação de sangue.

" Algumas famílias carregam no sangue uma desordem que facilita a coagulação sanguínea, chamada de hipercoagulabilidade. Essa hereditariedade não costuma ser uma ameaça constante para a saúde, mas se combinada com outro fator de risco para a trombose, é bom ficar de olho.

" Passar muito tempo deitado ou em repouso absoluto, comum em caso de internações hospitalares, por exemplo, também facilitam a ocorrência de trombose.

" Injúrias nas veias e cirurgias podem dificultar o fluxo sanguíneo, o que aumenta as chances de coágulo. A anestesia que é geralmente aplicada antes de procedimentos cirúrgicos dilata as veias e facilita a coagulação.

" Gravidez aumenta a pressão exercida sobre as veias da pélvis e das pernas, mas isso só se torna um problema quando a mulher possui suscetibilidade genética para a coagulação sanguínea. Mas atenção: o risco de o sangue coagular continua alto mesmo seis semanas após o parto.

" Alguns tipos de câncer e tratamentos aumentam a quantidade de substâncias no sangue que facilitam a coagulação.

" Infecções gastrointestinais, como colites ulcerosas, também são consideradas um fator de risco.

" Atenção para a insuficiência cardíaca. Um coração fraco não bombeia a mesma quantidade de sangue que um coração saudável costuma bombear, o que também aumenta os riscos de coagulação.

" Pílulas anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal também podem causar trombose, principalmente se associadas ao tabagismo.

" Marca-passo e cateter nas veias podem causar irritação nos vasos sanguíneos e diminuir o fluxo do sangue.

" Ter tido trombose ou embolia pulmonar alguma vez na vida aumenta os riscos de desenvolver a doença mais uma vez.

" A obesidade é um sério fator de risco para a trombose, pois o excesso de peso e o acúmulo de gorduras exercem ainda mais pressão sobre as veias, dificultando a passagem do sangue, principalmente nos vasos da pélvis e das pernas.

" O hábito de fumar afeta a circulação de sangue e facilita a coagulação.

" Pessoas acima dos 60 anos de idade são mais propensas a desenvolver trombose do que pessoas mais jovens.

" Glóbulos sanguíneos em excesso sendo produzidos pela medula óssea (policitemia vera) tornam o sangue mais denso e lento do que o normal, o que facilita a formação de coágulos.

Sintomas de Trombose

Em aproximadamente metade dos casos, a trombose não manifesta sintomas no paciente. No entanto, pode acontecer de a pessoa despertar alguns sinais da doença. Confira os principais deles:

" Dor nas pernas, principalmente nas panturrilhas, podendo chegar até o pé e o tornozelo.

" Sensação de queimação na região afetada.

" Mudanças na cor da pele da região afetada pela doença, que começa a ficar vermelha ou azul.

" Edema (inchaço) na perna afetada.

Fontes: Ministério da Saúde, Instituto Fleury, Hospital Sírio-Libanês, Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Revisado pelo médico Bruno Naves (CRM: 13800), diretor de Publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

alesp