Por iniciativa de Gileno Gomes (PSL) e tendo Pedro Tobias (PSDB) como mediador, foi realizado nesta terça-feira, 8/3, no auditório Paulo Kobayashi, o fórum sobre ações em prol da mulher em situação de vulnerabilidade. Abrindo o evento, o médico Luiz Henrique Gebrim, diretor do Hospital Pérola Byington - Centro de Referência da Saúde da Mulher, abordou o tema A Mulher com Câncer Ginecológico e Mamário. Ele definiu o hospital como de porte médio, com 839 funcionários, 146 leitos e orçamento anual de R$ 40 milhões. A unidade realiza 185 mil consultas e 8.156 cirurgias por ano. Gebrim destacou, dentre as várias áreas de atuação do hospital, o programa que estabeleceu a agilização do tratamento do câncer de mama. "O grande gargalo é o tempo da biópsia, que precisa ser reduzido", disse. O Pérola Byington tem atualmente um tempo de espera para iniciar o tratamento de 30 dias. A partir daí, consulta, exames, biópsia e obtenção do resultado são obtidos em um único dia. Usuárias de drogas A gravidade, em múltiplos aspectos, da situação da mulher usuária de drogas também foi abordada. O médico Marcelo Ribeiro de Araújo, diretor do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), falou sobre o Programa Recomeço, uma iniciativa que reúne diversas secretarias estaduais e cerca de 300 profissionais da saúde para atuar junto à população da Cracolândia. "Do consumo de drogas à abstinência estável, várias ações de saúde pública precisam ser concatenadas", disse Araújo. Para isso, o programa conta com a participação de agentes de saúde, grupos religiosos e organizações não governamentais, entre outros. A partir do contato com os usuários de drogas, seguem-se protocolos de encaminhamento que podem envolver, por exemplo, internações curtas ou longas e remoção para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Outra etapa é a inserção dos atendidos pelo Programa Recomeço em ações de recuperação, com apoio social e ajuda de operadores de direito, por exemplo. Atividades esportivas e oficinas culturais são oferecidas pelo programa, em instalações que o próprio Cratod mantém na região da Luz. Projeto Gravius Para enfrentar um dos problemas mais graves, o da gravidez indesejada entre usuárias de drogas, o Hospital Pérola Byington implantou, em março de 2014, o Projeto Gravius. Trata-se de uma iniciativa na qual a mulher se submete, voluntariamente, ao implante subcutâneo de etanogestrol. Esse método contraceptivo hormonal tem duração de três anos e é facilmente reversível, com a remoção do dispositivo que, segundo o médico Luís Carlos Sakamoto, do Hospital Pérola Byington, tem o tamanho de um palito de fósforo. "Esse é o melhor método para a população feminina em situação vulnerável", disse Sakamoto. Hoje, o Projeto Gravius atende 101 mulheres, com idade média de 26 anos, em parceria com o Cratod. Além do implante subcutâneo, as mulheres realizam exames clínicos e ginecológicos. O acolhimento à adolescente e à mulher vítima de violência sexual também foi discutido no evento. A atuação do Hospital Pérola Byington foi elogiada pelo deputado Gileno Gomes.