Presidente da Fundação Padre Anchieta comparece à Alesp para falar sobre demissões na TV Cultura

Marcos Mendonça disse, entretanto, que em 2015 Record, Globo e Bandeirantes demitiram mais de 1 mil funcionários
14/06/2016 21:06 | Da Redação: Keiko Bailone Fotos: Maurício Garcia de Souza

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Marcos Mendonça, diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191331.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Giannazi e Leci Brandão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191332.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Reunião da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191333.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputados na reunião da comissão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191334.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marcos Mendonça fala na reunião da comissão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191335.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bete Sahão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191336.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> João Paulo Rillo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191337.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Parlamentares na reunião <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191338.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Rita Passos <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191339.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputados na reunião da comissão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191340.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Adilson Rossi <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2016/fg191341.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Marcos Mendonça, diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, compareceu nesta terça-feira, 14/6, à reunião da Comissão de Educação e Cultura para "prestar esclarecimentos sobre as demissões em massa ocorridas recentemente na Rádio e TV Cultura, assim como sobre o cancelamento de programas e produções próprias e a crise financeira que atinge as duas emissoras", conforme convite enviado a ele.

Mendonça falou sobre o papel da tevê pública e as razões de sua existência, mas informou não ter em mãos, naquele momento, dados sobre número de funcionários demitidos nos últimos cinco anos, os valores decorrentes dessas demissões devido a acertos trabalhistas e motivos de não ter havido reajuste nos salários dos trabalhadores nos três anos passados. Ele relatou também que no ano passado, em plena crise, a TV Cultura conseguiu manter a empregabilidade, enquanto a Rede Record demitiu 500 funcionários; a Globo, 200; e a Bandeirantes, 400.

Segunda melhor do mundo

Mendonça enalteceu o modelo de gestão da TV Cultura, "onde prevalece a autonomia". Explicou que os dirigentes são eleitos por um conselho múltiplo, formado por 47 pessoas, sendo quatro representantes do governo (dois parlamentares) e cidadãos comuns. Apesar de receber recursos públicos, a emissora tem independência de opiniões e reflete a contraposição de ideias, declarou ele. Segundo Mendonça, isso ocorre porque a emissora independe de interesses de audiência ou publicidade como outras emissoras comerciais. "Nosso compromisso é o de ajudar a formar opiniões", assinalou, destacando que a emissora foi considerada a segunda melhor do mundo, de acordo com uma pesquisa feita pela TV estatal inglesa BBC, em catorze países. E mais: segundo a revista Meio & Mensagem, "a TV Cultura foi considerada o veículo de maior credibilidade no país em 2015", tendo recebido, também nesse ano, o prêmio máximo da Associação Paulista de Críticos de Arte, informou.

Produção própria e Roda Viva

Na presidência, a deputada Rita Passos (PSD) lembrou aos parlamentares presentes que Beth Sahão (PT) havia sido a proponente do convite a Marcos Mendonça, apesar de não ser membro da Comissão de Educação e Cultura. Assim, coube a essa parlamentar continuar com as indagações, todas contestadas por Marcos Mendonça. Por exemplo, sobre o número de programas produzidos pela emissora e adquiridos de terceiros; e o atual formato do programa Roda Viva, que não estimularia o pensamento crítico, já que também os entrevistadores representam em sua totalidade apenas os grandes veículos de comunicação, em detrimento de blogs e sites de mídias alternativas.

Ao primeiro questionamento, Mendonça observou que, durante décadas, segmentos voltados à criação cultural reivindicaram o modelo de produção independente na tevê brasileira. Contestava-se o modelo da TV Globo, cuja programação chega a 100% de produção própria. Ou seja, ela é produtora e exibidora, ao contrário de outros países, em que as emissoras comerciais optam por ser mais difusoras. Mendonça esclareceu que durante o governo Lula, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) estabeleceu como regra o incentivo à produção independente, para quebrar o monopólio das grandes emissoras.

"Essa regra disseminou a produção independente; hoje o Brasil é um grande produtor não só na área de televisão, mas de cinema; são lançados mais de cem filmes por ano", informou, perguntando: "por que não podemos exibir isso?"

Sobre o programa Roda Viva, um dos carros-chefe da emissora, Mendonça não falou sobre a ausência de representantes de mídias alternativas, como blogs e sites. Declarou, entretanto, que "autoridades do governo federal foram insistentemente e permanentemente convidados a participar, mas declinaram sempre dos convites.

Ao final da reunião, a deputada Leci Brandão (PCdoB) retirou-se do plenário em solidariedade à jornalista Ana Flávia Marques, diretora do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, que não pôde fazer uso da palavra, pois deputados da base governista alegaram que se tratava de reunião ordinária e não de uma audiência pública. Participaram da reunião, além das parlamentares citadas, Aldo Demarchi e Cezinha de Madureira (DEM), Adilson Rossi (PSB), Carlos Giannazi (PSOL), Gilmaci Santos e Wellington Moura (PRB), João Paulo Rillo e Márcia Lia (PT) e Welson Gasparini (PSDB).

Pareceres aprovados

Antes da oitiva de Marcos Mendonça, os parlamentares aprovaram os pareceres aos PLs 145 e 319, ambos de 2016, respectivamente dos deputados Cezinha de Madureira e Luiz Fernando Machado (PSDB). O PL 145 dispõe sobre a inserção do tema "Conscientização contra a corrupção", no currículo escolar de ensino fundamental e médio das escolas públicas; já o PL 319, institui, na rede pública de ensino, aulas sobre dependência química e suas consequências.

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