Frente propõe campanha permanente de combate à violência contra a mulher

Militantes entendem que debates sobre abusos precisam ganhar tamanho e visibilidade
18/07/2016 17:20 | Da Redação Foto: Larissa Leão

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Eliane Dias, do SOS Racismo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2016/fg192704.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2016/fg192703.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Beth Sahão (ao centro) coordena reunião da frente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2016/fg192706.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A necessidade de uma campanha permanente de combate aos abusos e violência contra a mulher foi debatida pela Frente Parlamentar em Defesa da Mulher em encontro realizado no último mês de junho. Coordenada pela deputada Beth Sahão (PT), a reunião contou com a presença de militantes e integrantes de entidades sociais para a Rodada de Debates em Defesa da Mulher.

Uma das finalidades desse encontro, segundo Sahão, foi apontar diretrizes e potencializar ações contra a violência, avaliando seus desdobramentos, propondo caminhos, agregando pessoas e organizações. "O debate sobre a violência contra a mulher precisa ganhar tamanho e visibilidade, senão não conseguiremos mudar esse estado de coisas", declarou a parlamentar.

Sônia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres, propôs que se viabilize uma campanha permanente de combate aos abusos cometidos contra mulheres nos veículos do metrô, EMTU e CPTM. "Não adianta fazer uma campanha de 15 dias, que depois desaparece. Ela tem que ser permanente, para constranger o agressor e mostrar como a mulher pode reagir e denunciar os abusos", disse.

Por outro lado, a Secretaria de Transportes Metropolitanos informa que são realizadas campanhas permanentes tanto no Metrô quanto na CPTM. Já na EMTU, onde não há nenhuma denúncia de assédio ou violência contra a mulher, é divulgado, em adesivos nos vidros internos dos veículos, o número de telefone 181 para receber eventuais denúncias.

O governo do Estado não investe em equipamentos para atender as mulheres fora da Região Metropolitana, afirmou ainda Sônia Coelho e uma das consequências disso são as Delegacias da Mulher sucateadas e a interiorização da violência. Sônia indicou ainda que é preciso cobrar do governo estadual informações sobre como ele está atuando para colocar em ação as propostas do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra Mulheres e as unidades móveis para atendimento às trabalhadoras do campo.

A mídia e as mulheres

O tratamento dado à mulher nas mídias, comparando-a a um objeto, e o fato de vítima e agressor serem julgados juntos, na mesma sala, são aspectos que devem ser debatidos, sustenta Elaine Blefari, do Sindicato dos Químicos.

Já Eliane Dias, do SOS Racismo, elencou uma série de propostas para a campanha, como a realização de palestras em escolas para discutir questões de gênero, a inclusão de blogueiras na discussão sobre a violência contra a mulher e mais visibilidade ao estupro doméstico e à violência contra mulheres indígenas e entre casais do mesmo sexo. Algumas dessas propostas podem ser viabilizadas por meio de iniciativas da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher, observou Beth Sahão.

Na mesma reunião, foi discutido o número assustador de casos de estupro. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas 10% dos casos são notificados, o que jogaria o número real de estupros para cerca de 500 mil por ano no país.

alesp