Frente de enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zica defende conscientização e prevenção


20/07/2016 15:19 | Da Redação Foto: Maurício Garcia de Souza

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Ângelo Perugini<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2016/fg192726.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lançamento da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zica <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2016/fg192727.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Perugini fala no lançamento da frente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2016/fg192729.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Durante o primeiro semestre do ano, por motivação das epidemias nas quais o Brasil figura como o primeiro da lista em quantidade de casos em todo o mundo, foi realizado o lançamento da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Participaram das reuniões da frente as principais instituições de pesquisa e órgãos públicos que trabalham no combate ao Aedes aegypti, vetor dessas arboviroses (vírus transmitidos por mosquitos).

Um dos primeiros a dar o alerta foi o coordenador da frente, deputado Ângelo Perugini (PDT). Em abril, ao discursar para o auditório lotado, afirmou que "na última hora, 46 pessoas foram contaminadas pelo Aedes aegypti, e este número chegará, até o final da tarde, a 1.108 indivíduos infectados".

Perugini lembrou que esses números tinham sido fornecidos pelo Ministério da Saúde, cujos registros indicavam 66.525 casos de dengue nos dois primeiros meses do ano. Referindo-se às instituições que atuarão como membros colaboradores - Opas/OMS, Unicamp, Fiocruz, Anvisa, Instituto Butantan, Sucen e Defesa Civil -, o deputado informou que a participação dos 45 parlamentares de 16 partidos que endossaram a instalação da frente parlamentar será lutar por políticas públicas para eliminar criadouros, informar a sociedade sobre novas tecnologias e buscar recursos para os institutos de ensino e pesquisa.

Emergência nacional contra o Zika vírus

Os convidados para a instalação da frente focaram principalmente as ações que têm sido desenvolvidas no combate ao Zika vírus. Carlos Campelo de Melo, consultor nacional em dengue e análise de situação de saúde da Organização Pan-Americana de Saúde da ONU, relatou os passos adotados pela entidade desde o primeiro informe de presença do Zika vírus, no Estado da Paraíba, no final de 2014. Sabia-se que não era dengue. No começo de 2015, outros Estados do Nordeste brasileiro apresentavam 20 casos dessa mesma doença.

"Havia 48 casos de Guillain-Barré, doença já conhecida como consequência do Zika vírus", contou Carlos Melo, acrescentando que, em agosto de 2015, surgiram os primeiros casos de microcefalia (138) em Pernambuco. Em novembro, a Opas decretou emergência nacional para "obter respostas imediatas, porque o vírus se espalha rapidamente e traz consequências extremamente danosas". De fato, em janeiro de 2016, 34 países das Américas do Sul e Central já estavam convivendo com o Zika Vírus.

Domicílios vistoriados

O cel. PM José Roberto Rodrigues de Oliveira, coordenador estadual da Defesa Civil, informou que desde a decretação de situação emergencial pela Opas, fato que não ocorria há cem anos, passou-se à mobilização de combate ao Aedes aegypti. Desde 22 de dezembro do ano passado, 17 milhões de domicílios foram vistoriados. Entretanto, alertou o coronel, 25% desse total são de residências fechadas. "Daí a importância dessa frente parlamentar", destacou, enfatizando que há necessidade de leis que encontrem brechas no caso de recusa para o monitoramento de criadouros. Oliveira disse que 80% dos criadouros encontram-se dentro dos domicílios, onde 95% das ações são mecânicas, ou seja, dependem do cidadão. Por esta razão, relatou, a Defesa Civil tem realizado mutirões com o engajamento de igrejas e escolas.

Rodrigo Stambeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), confirmou que, "através do coletivo, conseguimos vencer as doenças causadas por vetores, pois estão associadas à pobreza, à falta de saneamento básico". Após contabilizar sete mil casos de microcefalia, sendo 280 no Estado de São Paulo, Stambeli explicou o trabalho desenvolvido pela Fiocruz, cuja missão é reduzir a menos de 1% nas cidades brasileiras a contaminação pelo Aedes aegypti. Essa redução drástica teria de ocorrer até o final do ano, anunciou.

As vacinas do Butantan

Na frente de batalha junto com a Opas, o Instituto Butantan tem como prioridade a desenvolver a vacina contra a dengue. "Dois terços da população mundial corre o risco de contrair dengue", informou Marcelo de Franco, diretor substituto do Instituto Butantan. Segundo ele, no Brasil, há 1,5 milhão de casos notificados. Mas, garantiu, a perspectiva é que os primeiros resultados dessa vacina, aplicada em 17 mil voluntários no ano passado, estejam prontos em julho do ano que vem.

A ideia é produzir o vírus e o soro antizika (para os que já estão com a doença), enfatizou Franco. Para tanto, há etapas a serem cumpridas e que estão sendo feitas pelo Instituto Butantan: isolamento do vírus, purificação, expansão, testes em roedores e macacos, antes de serem aplicados em humanos. "Para a Chikungunya, temos parceria com o Instituto Pasteur para testar uma nova vacina", informou.

Após reiterar que o Zika é um vírus pouco estudado, Álvaro Penteado Crósta, coordenador geral da Universidade Estadual de Campinas, explicou que a Unicamp organizou, como uma das ações no combate ao Aedes aegypti, uma biblioteca virtual contendo todas as informações e diversas pesquisas sobre este assunto. "Essa biblioteca é acessada por 60 mil pessoas por dia", assinalou.

alesp