Duque de Caxias, o pacificador: um exemplo de brasileiro


25/08/2016 17:39 | Antônio Sérgio Ribeiro*

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Duque de Caxias, o pacificador: um exemplo de brasileiro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2016/fg193841.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Luís Alves de Lima e Silva nasceu em 25 de agosto de 1803, na fazenda de São Paulo, na Vila do Porto da Estrela (hoje município de Duque de Caxias), no Rio de Janeiro, filho de Francisco de Lima e Silva e de Mariana Cândida de Oliveira Belo. De uma família de militares, seu pai atingiu o posto de marechal-de-campo e fez parte da regência provisória que assumiu o governo do Brasil após a abdicação do imperador D. Pedro 1º, em 1831.

Com apenas cinco anos, assentou praça como cadete. Por sua dedicação e merecimento, foi promovido sucessivamente, durante sua longa carreira, até o posto de marechal do Exército Brasileiro, graduado em 1862 e efetivo quatro anos depois.

Quando da Independência do Brasil, lutou na Bahia contra as tropas portuguesas, que não aceitavam a separação de Portugal. Com o fim das hostilidades em 2 de julho de 1823, coube ao jovem tenente carregar a bandeira brasileira quando da entrada triunfal das forças legalistas em Salvador. Por sua bravura, foi agraciado com Ordem do Hábito de Cristo, a mais alta distinção militar da época.

Esteve em combate no Maranhão sufocando a Balaiada; em São Paulo e Minas Gerais, na chamada Revolução Liberal; na província de Cisplatina, hoje Uruguai; e restabeleceu a ordem no Rio Grande do Sul em 1845, conflagrada desde 1835, na Revolução Farroupilha. Foi comandante em chefe do Exército do Sul dirigindo as campanhas militares contra Manuel Oribe no Uruguai, e contra o ditador Juan Manuel Rosas na Argentina, quando no comando de suas tropas entrou vitoriosamente em Buenos Aires, sendo entusiasticamente recebidos pela população portenha. Por nomeação do imperador D. Pedro 2º, foi senador do Império de 1846 até sua morte, exercendo em duas vezes o cargo de presidente do Conselho de Ministros (1856/1857 e de 1861/1862), e ministro da Guerra em 1855/1857 e 1861/1862, quando alcançou o último posto em sua vida militar.

Quando da conflagração da Guerra do Paraguai, o governo imperial confio-lhe o cargo de comandante das tropas brasileiras e, logo depois, teve o comando-geral dos exércitos da Tríplice Aliança, que congregava as tropas do Brasil, Argentina e Uruguai. Alcançando sucessivas vitórias contra as tropas de caudilho paraguaio Solano Lopez, tendo no inicio de 1869 entrado com suas tropas na cidade de Assunção.

Doente, retirou-se para o Rio de Janeiro, passando o comando das tropas ao Conde D"Eu. Por decisão do imperador D. Pedro 2º, foi lhe concedido o titulo de Duque de Caxias. Entre 1875 e 1878, foi pela terceira vez ministro da Guerra.

Residindo na fazenda Santa Mônica, em Vassouras-RJ, no dia 7 de maio de 1880, sentiu-se repentinamente mal e, depois de ter se confessado, faleceu. Seu corpo foi conduzido para o Rio e sepultado no cemitério do Catumbi. Em 1949, seus restos mortais foram exumados e transladados, com todas as honras, para um Panteão, localizado em frente ao Palácio Duque de Caxias, atual Comando Militar do Leste, na avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, onde jazem com os de sua esposa, Ana Luísa Viana, a Anica.

Pelo Decreto Presidencial 51.429, de 13 de março de 1962, o marechal Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias, foi consagrado Patrono do Exército Brasileiro.

*Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador. É funcionário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

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