Pai da macrobiótica no Brasil é homenageado na Assembleia Legislativa

Tomio Kikuchi introduziu os conceitos desse tipo de alimentação no Brasil em 1968
19/09/2016 14:00 | Da Redação Keiko Bailone - Fotos: Bruna Sampaio

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 Assembleia Legislativa homenageia pai da macrobiótica no Brasil <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2016/fg194565.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Giannazi e Prof.Tomio Kikuchi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2016/fg194566.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Prof.Tomio Kikuchi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2016/fg194567.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Giannazi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2016/fg194568.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> João Cláudio Caldeira, Bernadette Kikuchi, Carlos Giannazi, Tomio Kikuchi e Carlos Renno<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2016/fg194557.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Homenagem foi feita ao Prof.Tomio Kikuchinesta  nesta quinta-feira, 15/9<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2016/fg194558.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Sob a iniciativa do deputado Carlos Giannazi (PSOL), a Assembleia Legislativa homenageou nesta quinta-feira, 15/9, Tomio Kikuchi, 90 anos, japonês naturalizado brasileiro em 1972, principal responsável pelo desenvolvimento e divulgação da macrobiótica no país.

Logo no início dos trabalhos, Giannazi relatou sua experiência desde que resolveu adotar a comida macrobiótica, em 2001. "Eu já era vegetariano, mas, ao iniciar na macrobiótica e acompanhar a filosofia que há por trás desse tipo de alimentação, minha vida mudou", disse. Ele opinou que se a macrobiótica tivesse uma divulgação maior, haveria mais qualidade de vida e menos gasto com a saúde pública. "É uma alimentação curativa", assinalou. Mas reconheceu a dificuldade decorrente do fato de esse tipo de alimentação estar na contramão do que é colocado para a sociedade, em que se apregoa o consumismo e os fast food.

Alimento que cura

Seguiram-se relatos de adeptos da macrobiótica e seguidores dos ensinamentos de Tomio Kikuchi. O compositor, letrista, jornalista e escritor Carlos Rennó contou que optou pela macrobiótica na década de 1970, influenciado pelo cantor Gilberto Gil. Abandonou e retomou a dieta, após comprovar seus benefícios: fortalecimento do organismo, maior poder de concentração, melhoria no funcionamento do coração e dos rins. Reafirmou o poder de cura da dieta macrobiótica, contando a experiência de seu pai. "Em janeiro de 2014, desacreditado pela medicina convencional, meu pai abandonou os nove remédios que tomava diariamente pelo tratamento macrobiótico prescrito pelo mestre Kikuchi; hoje, após três anos e nove meses, para alguém desenganado, ele tem obtido resultados positivos", acentuou.

João Cláudio Caldeira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, comentou os ensinamentos de Kikuchi, reafirmando algumas de suas expressões como "tudo começa e termina pelo boca". Tal como Rennó, teceu elogios ao "estilo suave e leve do professor; ele tem responsabilidade de manter compromisso e consciência de respeito aos ensinamentos que preceitua".

Jorge Haroldo Marques deu seu testemunho sobre a cura pela macrobiótica. Contou que em 1976, aos 23 anos de idade, com esposa e primeiro filho a caminho, foi diagnosticado com câncer ósseo. Médicos oncologistas garantiam que, no estágio em que se encontrava a doença, de nada valeriam a rádio ou quimioterapia. Restava somente a cirurgia e esta não poderia ser realizada tal o avanço do câncer. Recorreu ao tratamento macrobiótico de Tomio Kikuchi, do qual é adepto até hoje. Em 1985 retirou um tumor isolado. O médico que o operou diagnosticou sua cura. "Não tenho metástase e apresentei fortalecimento do sistema imunológico; esta alimentação é revigorante e permitiu que eu levasse uma vida normal, sem qualquer tipo de dependência", afirmou Marques. Ele disse jamais ter ingerido medicamento alopático.

A autoeducação vitalícia

Nascido em 12 de fevereiro de 1926, na província de Tochigi, Japão, Kikuchi veio para o Brasil em 1955, com o firme propósito de autorrealização e transformação social. Em suas palavras de agradecimento no ato solene desta quinta-feira, 15/9, Kikuchi " sem citar sua face mais conhecida, a da alimentação macrobiótica " pôs-se a defender os preceitos do sistema educacional intitulado "autoeducação vitalícia". Desenvolvido no Instituto Princípio Único do Brasil, esse sistema prega a educação simultânea do pensamento, sentimento e vontade, através da prática do autocontrole da alimentação. Ou seja, segundo ele, fortalece a personalidade e não se limita a entregar diploma, como fazem as escolas convencionais.

Kikuchi explicou que a autoeducação vitalícia começa no nascimento, e continua no envelhecimento até a morte. "A cesariana prejudica o envelhecimento", criticou, ao defender o nascimento em casa, da mesma forma que a morte. "A morte no hospital é anormal", afirmou.

Acostumado a falar em público, por vezes em um português difícil de entender, Kikuchi contou ser autodidata na língua, aprendida graças a muito treino. "Nunca estudei a língua e hoje dou palestras divulgando minhas ideias" exclamou, ao se referir àquelas proferidas na Câmara dos Deputados, Senado, nos ministérios da Saúde e Educação e até em países da Europa.

Ao final de sua fala, exemplificou os preceitos da autoeducação vitalícia narrando a vida de Benjamin Franklin, um dos líderes da Revolução Americana (1706-1790). Oriundo de família pobre, aprendeu a ler e escrever sozinho e tornou-se jornalista, editor, filantropo, cientista, diplomata e inventor. É considerado ainda o fundador da associação vegetariana nos EUA.

alesp