Opinião - Menos deputados e menos senadores...


28/11/2016 17:00 | Welson Gasparini*

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O Congresso Nacional já começou a discutir e votar a chamada reforma política em nosso país. É muito bom isso estar acontecendo. Só esperamos, entretanto, não redundar numa reforma que, ao invés de trazer benefícios, represente mais uma vergonha nacional. Comentários veiculados pela imprensa, infelizmente, são tristes: alguns parlamentares estariam querendo aproveitar a oportunidade dessas reformas para isentar de responsabilidades muitos daqueles que tenham, por meio da corrupção e de atos ilícitos, levado vantagens pessoais em detrimento de um povo que precisa e espera um governo não apenas democrático mas, também, eficiente em sua condução administrativa.

Precisamos aproveitar este momento de reformas e dar ao Brasil uma estrutura democraticamente correta. Não é possível continuar com este sistema pelo qual candidatos a presidente da República gastam verdadeiras fortunas " mais de bilhões de reais " em suas campanhas eleitorais; em que deputados, senadores, prefeitos e vereadores se aliam a empresários desonestos ávidos por viver de vantagens concedidas pelos administradores públicos e acabam se vendendo no uso dos seus cargos públicos.

Então, vamos aproveitar agora a reforma política, mesmo porque, nas últimas eleições " conforme comprova o alto índice de abstenções e votos nulos ", ficou muito claro: grande parte do eleitorado não aceita o sistema atual porque sabe estar sendo feito de bobo pela classe política brasileira.

Então devemos, com urgência, mudar essa situação. E como isso deve ser feito? Em primeiro lugar, eu defendo intransigentemente esse ponto de vista: vamos começar diminuindo o número de cadeiras dos deputados e dos senadores de tal forma que não assistamos a isto que está acontecendo.

Eu fui deputado federal. Era apenas um entre 513 deputados federais. Há dificuldade até de cadeiras para todos os deputados federais poderem sentar. Poderíamos mudar a situação da representatividade dividindo um Estado, como o de São Paulo, em, por exemplo, dez regiões. Cada uma dessas regiões elegeria três deputados e esse número, a meu ver, é mais do que suficiente. Nós teríamos, então, na Assembleia Legislativa, de 30 a 40 deputados. Hoje nós temos mais de 90 deputados nesta Casa. Não são necessários tantos; esse critério de representatividade regional possibilitaria, ainda, que eleitores fiscalizem melhor os seus representantes. E nem se fala no que diz respeito ao parlamento federal, igualmente inchado na quantidade de deputados e senadores.

Precisamos, principalmente, de leis que ponham na cadeia os ladrões deste país; aqueles que embolsaram milhões, bilhões de reais desviando para seus bolsos recursos que deveriam ir para a educação, para a saúde e para a segurança pública. Para moralizar a classe política o primeiro passo deve ser dado pelo próprio eleitor votando conscientemente; o segundo é dar a esse eleitor oportunidade de fiscalizar e acompanhar de perto o trabalho de quem recebeu o seu voto...

*Deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto

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