Frente parlamentar debate ensino técnico e tecnológico

Participantes falaram da preocupação com congelamento de recursos pela PEC 55
06/12/2016 19:20 | Da Redação - Fotos: Marco Cardelino

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Otaviano Heleni, Alexandre Alves Neves, Silva Lima, Carlos Neder, Reginaldo Soeiro e Maria Helena Freitas <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2016/fg197267.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Otaviano Heleni, Alexandre Alves Neves, Silva Lima, Carlos Neder, Reginaldo Soeiro e Maria Helena Freitas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2016/fg197275.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Frente Parlamentar em Defesa das Universidades realizou reunião nesta terça-feira, 6/12, para debater o ensino técnico e tecnológico. O objetivo foi debater a nova realidade das universidades e escolas técnicas, frente à PEC 55 e demais mudanças no sistema educacional brasileiro. "Precisamos fazer com que o Parlamento, cada vez mais cumpra funções de pluralidade e debate, de respeito à sociedade civil, que vai além da democracia participativa", disse o coordenador da frente, deputado Carlos Neder (PT).

Diretor de acesso do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Alexandre Neves declarou que, atualmente, no Estado de São Paulo, funcionam 37 unidades em expansão e que é importante que a rede federal seja mantida. "Necessitamos de investimentos em pesquisas e laboratórios".

Um balanço feito pelo Fórum Econômico Mundial sobre nível educacional médio da população mostra o Brasil em penúltimo lugar entre todos os países da América do Sul, disse Otaviano Heleni, da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp). Segundo ele, o Brasil não forma os quadros profissionais que precisa, quer na área educacional, saúde e serviços em geral, quer na área industrial, produção agrícola e veterinária, levando a contratações de profissionais estrangeiros. "Com a PEC 55, daqui 20 anos estaremos investindo, em relação ao PIB, um percentual de educação igual ao de 1990, quando a distribuição de renda do Brasil era a pior do mundo", asseverou.

João Campinho, coordenador estadual do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe/SP), também posicionou-se contrário à PEC 55. Segundo ele, desde 2014 houve aumento dos campi e do número de alunos e, ao mesmo tempo, redução orçamentária que se agravará com a PEC 55. "Em São Paulo, há campi ainda não implantados e a PEC vai colocar em dúvida a qualidade das nossas instituições. Além disso, a mudança no ensino médio desestabilizará o ensino médio integrado".

Fatec sem internet

A internet, ferramenta básica de tecnologia, está ausente nas Fatecs, disse Henrique Domingues, presidente do DCE da Fatec. "É mais fácil acessar a internet num ônibus do que nas Fatecs", que segundo Domingues não disponibiliza esse serviço. Hoje, são 66 Fatecs em 60 municípios, com mais de 75 mil estudantes matriculados, "porém, há precarização estrutural e acadêmica e o modelo de ensino não é voltado à pesquisa".

Para João da Costa, presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) e coordenador do Fórum das Seis, as medidas do governo são reflexo de uma reforma do Estado. Para ele, falta interesse político em investir na educação.

Compuseram ainda a mesa do evento: Silvia Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps); Reginaldo Soeiro, coordenador do Fórum Estadual de Educação do Estado de São Paulo; e Maria Helena Freitas, do Movimento Ecumênico e Diálogo.

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