Após a execução dos hinos nacionais israelense e brasileiro e apresentação de vídeo institucional sobre as atividades da Fisesp, o primeiro orador convidado por Capez a se pronunciar foi o promotor de Justiça Roberto Livianu, em nome do Ministério Público do Estado de São Paulo. Ele destacou a história da entidade, dedicada à consolidação dos valores milenares do judaísmo, e ressaltou que o desafio é permanente. "Por mais que os judeus tenham trabalhado pelo crescimento social e econômico do país, nós temos problemas de antissemitismo, de atos de intolerância, portanto a comunidade deve sempre se manter atenta e unida". Cláudio Lottenberg, presidente do conselho deliberativo do Hospital Albert Einstein e representante internacional da comunidade judaica, relembrou que a presença judaica nas Américas se confunde com a própria colonização, já que, perseguidos pela Inquisição, muitos judeus vieram para o Novo Mundo. Destacou também a capacidade, o voluntarismo e a honestidade de princípios que envolve a comunidade. Representando os ex-presidentes da entidade, Vera Bobrow, afirmou ser muito antiga a existência de entidades que prestavam assistência aos judeus que vinham ao Brasil em busca de um novo lar, movidos por questões extremamente dramáticas, como fome, desemprego ou guerras. "Quando os líderes comunitários sentiram a necessidade de organizar essa comunidade, surgiu a Federação Israelita do Estado de São Paulo". Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil, afirmou que ao final da 2ª Guerra Mundial, com o conhecimento das atrocidades cometidas pelos nazistas, tornou-se urgente o acolhimento de milhares de refugiados, e esse foi o principal motivo da criação da Fisesp, que passou a coordenar o trabalho das instituições já existentes. Segundo Lottenberg, hoje a federação tem um duplo papel, pois também é órgão político que representa a comunidade judaica em todo o Estado de São Paulo. O presidente da Fisesp, Bruno Laskowsky, afirmou que a presença judaica em São Paulo, apesar de muito antiga, ganha robustez no final do século 19 e na primeira metade do século 20, com a chegada de grupos de judeus, provenientes sobretudo do Leste Europeu, vítimas de perseguições e da 2ª Guerra. Disse que depois da criação do Estado de Israel, em 1948, países do Oriente Médio declararam guerra contra os sionistas, expulsando milhares de judeus de seus países, o que gerou outra onda migratória ao Brasil nas décadas de 1950 e 1960. "Hoje somos todos cidadãos brasileiros conscientes de nossas obrigações para com o país que nos abrigou, e recebeu com respeito os nossos avós, pais e irmãos em seus momentos de aflição". Floriano Pesaro, secretário de Estado de Desenvolvimento Social, e Daniel Annenberg, secretário municipal de Inovação e Tecnologia também prestigiaram a solenidade, que contou com apresentação musical de Alexandre Edelstein.