Assembleia sedia 1º Seminário Internacional de Enfermagem Forense


14/03/2017 20:06 | Da Redação - Fotos: José A. Teixeiras

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Fabíola de Campos, Marcleide Cavalcanti, Carmela Alencar, Clélia Gomes, Rosa Godoy e Ana Lygia Melaragno<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2017/fg200309.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carmela Alencar e Aline Gulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2017/fg200308.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia sediou, nesta segunda-feira, 13/3, no auditório Paulo Kobayashi, o 1º Seminário Internacional de Enfermagem Forense, realizado no Brasil. A iniciativa da deputada Clelia Gomes (PHS) reuniu enfermeiros, estudantes de enfermagem e profissionais de diversas áreas, para tratar de temas relacionados à enfermagem. Reconhecida como especialização desde 2011, a enfermagem tem sua primeira turma de especialização, latu sensu, em curso, na cidade de Recife.

O Estado de São Paulo possui cerca de 500 mil enfermeiros formados, sendo cerca de 400 mil mulheres. "Este número expressivo de profissionais precisa se unir e se empoderar politicamente, para adquirir mais força", declarou Clélia.

O Brasil ocupa a 5ª posição no ranking mundial em homicídio de mulheres, sendo que a violência doméstica é a principal causa dessas mortes, segundo dados de 2015, em pesquisa realizada pelo Mapa da Violência.

Sociedade Brasileira de Enfermagem

Durante o seminário, foi lançada a Sociedade Brasileira de Enfermagem Forense (Sobef). "É uma especialidade nova, que os próprios enfermeiros desconhecem. Foi criada para buscar espaços políticos e o reconhecimento da sociedade para que haja atuação do enfermeiro na prevenção da violência", explicou Carmela Alencar, presidente da Sobef. A referência nacional é a enfermagem forense praticada nos Estados Unidos. Ela surge da necessidade de nacionalizar as nomenclaturas e ajuste às leis brasileiras, trabalhando a prevenção da violência nas escolas, comunidades, na família, nos atendimentos de urgência de emergência, orientando os profissionais a colher provas e vestígios. "Outros profissionais já trabalham na área da perícia. A enfermagem chega agora, com a mudança do Código do Processo Civil, de 2012", completou Carmela, que já atua na área há mais de 24 anos.

Área forense

A enfermeira Karen Beatriz Silva, uma das fundadoras da Sobef, vive nos Estados Unidos há mais de 30 anos e trabalha no Sinai Hospital Center. Ela contou que, nos EUA, na década de 1970, as enfermeiras das emergências dos hospitais coletavam os vestígios de violência sexual nas vítimas e entregavam para a polícia. Por este motivo, eram chamadas a depor como testemunhas das agressões, sofrendo pressão dos advogados de defesa dos agressores. Com isso, as enfermeiras passaram a se recusar a colher as provas e surgiu, então, a necessidade de elaboração de sistema de coleta com treinamento desses profissionais para que não se sentissem intimidados nos tribunais.

Outra necessidade é inserir os enfermeiros forenses à cadeia forense. No Brasil, os enfermeiros são os primeiros a ter contato com as vítimas, após abusos, mas não têm kits de coleta adequados. "Assim um enfermeiro não tem como preservar a prova e nem sabe a quem entregá-la.

A mesa foi presidida por Clélia e teve a participação das presidentes dos conselhos Regional de Enfermagem de São Paulo, Fabíola Braga de Campos; de Pernambuco, Marcleide Cavalcanti; da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), Rosa Godoy e da diretora do Centro de Desenvolvimento de Práticas Profissionais da Aben, Ana Lygia Melaragno, além de Carmela Alencar.

alesp