Riscos do uso de agrotóxicos e a saúde do trabalhador são temas de audiência pública


11/04/2017 20:12 | Mateus Lima - Foto: Marco Cardelino

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Audiência pública aborda riscos do uso de agrotóxicos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2017/fg201239.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Brasil compra cerca de 20% dos agrotóxicos vendidos no mundo e 4% são utilizados no território do Estado de São Paulo. Esses são os números apontados pela secretária de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), Solange Cristina, durante a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, 11/4, convocada pelo deputado Carlos Neder (PT) para discutir a situação atual da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), autarquia vinculada à Secretaria estadual da Saúde.

Nivaldo Firmino, funcionário da Sucen por mais de 31 anos, é exposto diariamente ao inseticida utilizado no controle de doenças e sujeito à contaminação pelo produto. Segundo ele, "a empresa não fornece os resultados dos exames" para comprovar que, de fato, o responsável pelo seu adoecimento é o agrotóxico.

O superintendente da Sucen, Dalton Fonseca, frisou que realiza, a cada três meses, reuniões com o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo, para investigar e ouvir as demandas dos funcionários. Ele também disse que com a proposta feita durante a audiência, da criação de um grupo de trabalho com os sindicatos, a Sucen e os deputados da Alesp, será possível uma aproximação maior das reivindicações dos agentes públicos.

Durante a audiência, aprovada pela Comissão da Saúde, foi informado que existem hoje em torno de 649 cargos na Sucen, e que o órgão realiza 1.872 atividades, que vão desde a pulverização de zonas no território do Estado de São Paulo, a pesquisas para um controle efetivo das doenças transmitidas por vetores e seus hospedeiros intermediários.

Saúde do trabalhador

Outra funcionária da Sucen, Ruth Alvez Almeida, alegou que alguns trabalhadores estão pagando clinicas particulares para comprovar a contaminação, pois apresentam sintomas de intoxicação. Segundo ela, os exames, realizados pela Salutar Saúde Seguradora, sempre foram devolvidos. Mas, neste ano, não houve um retorno dos resultados. Neder afirmou que abrirá investigação na Alesp para averiguar a atuação da seguradora.

Também presente no evento, o deputado Marcos Martins (PT) falou sobre sua atuação no combate de produtos nocivos ao meio ambiente e à população. Ele é o autor da Lei Estadual 12.684/2007, que proíbe o uso de produtos com amianto no Estado de São Paulo, e atualmente está empenhado em diminuir o uso da substância derivada do petróleo benzeno, que contamina o solo ao redor dos postos de gasolina e afeta a saúde de frentistas.

Neder concluiu que pretende realizar outra audiência na Alesp para discutir a questão do meio ambiente e o uso de agrotóxicos. Além disso, o deputado também disse que as sugestões, denúncias e preocupações trazidas estarão "no relatório a ser produzido em dez dias".

alesp