Entrevista com o deputado Junior Aprillanti


09/05/2017 18:03 | Da Redação: Keiko Bailone - Fotos: Maurício Garcia de Souza

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Junior Aprillanti <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2017/fg202083.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O avô João Aprillanti foi o primeiro prefeito de Várzea Paulista em 1965 e o pai, José Roberto Aprillanti, o terceiro. Mesmo com esse histórico, a política não foi a primeira opção de Junior Aprillanti (PSB). Ele seguiu para a iniciativa privada e assumiu um cargo público somente em 2005, quando se tornou vice-prefeito dessa cidade. A experiência na iniciativa privada, desde a adolescência, ao ser admitido como frentista em um posto de gasolina, depois como gerente de farmácia e mais adiante quando assumiu a presidência da Associação Comercial e Empresarial de Várzea Paulista, ressaltou em Junior Aprillanti o dinamismo que parece prevalecer em sua personalidade. Sim, porque, mesmo quando exerceu o cargo de vice-prefeito, acumulou as funções de secretário municipal na pasta de Infraestrutura Urbana e na de Transporte Público e Trânsito.

Em vista dessa experiência anterior, admite estar se adaptando à vida no Legislativo. Da forma que sua hiperatividade entende, ou seja, 150 documentos protocolados entre projetos de lei, requerimentos de informações, indicações e moções. "Um recorde", avalia, ao lembrar que assumiu o cargo em janeiro deste ano.

Demandas que compensam

Sobre esta sua primeira passagem pelo Parlamento, Aprillanti, após reiterar a função constitucional do Poder Legislativo - elaborar leis, fiscalizar os atos do Executivo -, confessa ficar incomodado com o que vê no Plenário. Ou seja, a discussão sobre um determinado projeto de lei é desvirtuada por alguns deputados que usam o microfone para abordar temas que não têm nada a ver com o assunto do PL em questão. "Esta falta de praticidade, de objetividade de sim ou não me incomoda um pouco", confessou Aprillanti.

"Na verdade, são duas experiências distintas, por isso digo que estou me adaptando. Sinto o Parlamento mais voltado ao diálogo, mais lento que o Executivo, setor em que há mais facilidade de execução. Como secretário de Obras, estava na base, junto à população, tapando buracos, reformando uma Unidade Básica de Saúde, construindo uma ponte", exemplificou.

Atuação junto aos municípios

Engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) de Piracicaba " cursou também Direito, pela Faculdade Padre Anchieta, de Jundiaí " Aprillanti conta que sua atuação na secretaria municipal de Obras e Infraestrutura completou sua formação universitária. Deu lhe conhecimento para, por exemplo, pleitear com mais propriedade as demandas para os municípios que formam o Aglomerado Urbano de Jundiaí (AJU), região por ele representada.

Os sete municípios que compõem o AJU " Jundiaí, Louveira, Campo Limpo Paulista, Cabreúva, Itupeva, Jarinu e Várzea Paulista - enfrentam problemas na área da saúde, mobilidade urbana e transporte público intermunicipal, informou o parlamentar. Mas, pontuou, há a problemática envolvendo as rodovias Anhanguera e Bandeirantes que acabam sendo "abraçadas" devido à proximidade com essas cidades.

Ressalvada a morosidade do Parlamento, Aprillanti considera compensador o atendimento prestado, por intermédio do Legislativo, a prefeitos, vereadores e líderes comunitários da região que representa e as ações resultantes dessa sintonia.

Fez menção ao recurso de R$ 12 milhões para o Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí, liberado após reunião entre o deputado e o secretário da Casa Civil, Samuel Moreira; e a indicação de mais um delegado de polícia para Várzea Paulista, reivindicação mais que justificada para uma cidade com mais de 120 mil habitantes, frisou.

Como parlamentar, Aprillanti atuou também como porta-voz da Prefeitura de Jundiaí na defesa da construção das alças de acesso da Anhanguera, na altura do município de Jundiaí, junto à Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). Esta obra está prevista para ser entregue ainda este ano, antecipou, ao lembrar conversa com o presidente da Autoban, Maurício Vasconcelos.

Na Assembleia Legislativa, o deputado atua em três comissões: a de Defesa dos Direitos do Consumidor, a de Assuntos Metropolitanos e a de Infraestrutura. Ele diz se identificar mais com esta última, pelo conhecimento e experiência na área. Sobre futuras reivindicações para os municípios que representa, o deputado lembrou pedido para que Várzea Paulista seja classificada como de Interesse Turístico Estadual (PL 242/2017) e a proposta para que a região urbana e rural de Jundiaí seja declarada Área de Proteção Ambiental (APA).

"Além de possuir um forte setor comercial e industrial, Jundiaí é conhecida por ser uma das maiores produtoras de uva no Estado. A maior festa da uva acontece nessa cidade e atrai 160 mil turistas", declarou.

Sobre as reformas

Ao falar sobre desemprego, corrupção, população descrente da classe política, custeio da máquina pública e outros assuntos do atual cenário nacional, Aprillanti resumiu que o Brasil precisa de reformas de modo geral.

"Há 14 milhões de desempregados. Desemprego gera problemas sociais, diminui o consumo e fabrica menos. É um ciclo. As pessoas deixam de gastar, não têm mais planos de saúde, não põem mais o filho na escola particular, não vão mais a restaurantes. O desempregado não consome e gera desigualdade e violência. O desemprego é mais sensível no interior e gera violência, mais perceptível na capital", afirmou.

No combate à corrupção, Aprillanti defende a transparência do cargo. "Ao pedir o voto do eleitor, ele ganha o direito de saber o que penso. Tudo que penso e faço tem de ser público e aberto. Tenho de dar exemplo. Hoje, faço parte da Assembleia, onde tudo é público: meu gabinete, o computador, a mesa, a cadeira. Se é meu, eu faço o que quero. Se é público, tenho de tomar mais cuidado, mais zelo. Fui criado assim", lembrou.

Nessa mesma linha de raciocínio, Aprillanti defendeu o fim do foro privilegiado. "Não sou favorável a que deputado tenha um tratamento diferenciado. Todos nós somos iguais e a análise da causa precisa levar em conta seu mérito, sem olhar quem é o requerente ou o requerido", completou.

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