Metrô informa que houve redução de 5% nos casos de abusos sexuais


29/06/2017 21:42 | Larissa Leão - Foto: José Antonio Teixeira

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Carlos Bezerra Jr e Clodoaldo Pelissioni<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2017/fg204639.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Bezerra Jr e Clodoaldo Pelissioni<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2017/fg204641.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Bezerra Jr preside comissão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2017/fg204636.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Representantes do Metrô de São Paulo prestaram esclarecimentos nesta quarta-feira (28/6) sobre reportagem da Folha de São Paulo que informava aumento de 350% na quantidade de abusos sexuais registrados na companhia em 2016. A discussão ocorreu na Comissão de Defesa da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais.

O secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, disse que houve um equívoco na reportagem. "Os dados publicados no jornal referem-se a ocorrências que aconteceram tanto na CPTM como no Metrô". Segundo ele, houve uma redução de casos. "Em 2015 houve 143 registros de casos de abusos. Já em 2016, 136. Cerca de 5% de redução nas ocorrências", disse.

O Corpo de Segurança do Metrô possui 1.100 empregados, entre agentes femininos e masculinos. Eles trabalham em escalas no período das 4h30 da manhã e 00h30, horário em que o Metrô está aberto.

O chefe de Segurança do Metrô, Rubens Menezes, explica que os funcionários fazem rondas e alguns trabalham a paisana, ou seja, disfarçados para identificar flagrantes de crimes. "Os funcionários fazem cursos de capacitação ministrados pela Defensoria Pública e por ONGs que atuam na defesa da mulher. Dessa forma, todos estão instruídos para receber as vítimas que sofreram algum tipo de violência", disse.

Segundo Menezes, o Corpo de Segurança está em todas as 62 estações do Estado de São Paulo. Quando ocorre a denúncia, os agentes vão até a ocorrência, fazem a prisão do agressor e levam-no para uma autoridade policial, que encaminhará o indivíduo para a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), a qual funciona 24h por dia.

Campanhas

No último dia 6/6, o Metrô lançou o novo aplicativo gratuito para Android e Iphone chamado "Conecta". As denúncias serão monitoradas pelo Centro de Controle Operacional e de Segurança do Metrô.

A companhia também realiza algumas ações contra o abuso sexual. Uma delas é a campanha "Você Não Está Sozinha", que está no ar desde 2015. Ela pode ser acompanhada na TV Minuto, instalada nos vagões, e em cartazes espalhados pelas estações.

Cecília Guedes é responsável pelo relacionamento com os usuários do Metrô. Para ela, essas ações ajudam a vítima de abuso. "O crime contra mulher é naturalizado na nossa sociedade machista. As mulheres têm de entender que elas sofreram uma violência e que elas não são a causa", explica.

Guedes também reforça os efeitos positivos das campanhas. "Em 2013, houve registro de dez denúncias. Em 2016, 195 denúncias. Com isso, as mulheres sentiram-se representadas e mais confortáveis para denunciar os agressores", disse. Ela também destaca o perfil das vítimas: "56% são do sexo feminino e 54% tem entre 18 e 34 anos, com escolarização e inseridas no mercado de trabalho."

A deputada Beth Sahão (PT) destacou que "todas as mulheres devem ser respeitadas em sua individualidade. As campanhas devem ser permanentes e ampliadas para maior segurança."

O presidente da comissão, Carlos Bezerra Jr (PSDB), lembrou casos em que agentes desqualificados do Metrô atendem incorretamente as vítimas. Guedes explica que é aplicada uma advertência. Com isso, o deputado pediu que lhe sejam encaminhos dados sobre a quantidade de casos ocorridos, para que possa dar continuidade ao assunto.

Estiveram presentes na reunião, além dos citados, os deputados Coronel Telhada e Marco Vinholi (ambos do PSDB), João Paulo Rillo (PT), Adilson Rossi (PSB), Rita Passos (PSD) e Clélia Gomes (PHS).

alesp