Agentes penitenciários e de escolta participaram de audiência pública para reivindicar a nomeação dos aprovados em concursos promovidos pela Secretaria de Administração Penitenciária em 2013 e 2014. A audiência foi realizada na última quinta-feira, 29/6, e foi presidida pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL). Michel Farias, remanescente de concurso realizado em 2013, foi o primeiro a relatar o caso. Disse que, há quatro anos e três meses, 934 aprovados aguardam a chamada para nomeação. O concurso teve 2133 aprovados e todos já passaram pelos exames teórico, físico e de aptidão psicológica. "Esta demora é difícil para todos", lamentou. Para Carlos Palante Piran, aprovado no concurso de 2014, a Secretaria de Administração Penitenciária deveria divulgar um cronograma completo das nomeações. "Estamos num breu. O Estado está nos enrolando", afirmou. O deputado Carlos Giannazi desctacou a importância da audiência. "A mobilização é importante neste momento em que estamos deliberando o orçamento do Estado; dinheiro há mas é preciso saber o que é prioritário", disse, citando a lista dos maiores devedores do Estado e os benefícios fiscais concedidos a eles pelo governo. O secretário-geral do Sindicato dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária do Estado, William Neri, diz que a categoria é formada hoje por 5.975 funcionários. "Mas a secretaria de Administração Penitenciária dispõe de mais 4100 vagas. Reivindicamos a chamada dos aprovados há dois anos. O sistema carcerário é um caos e só não explodiu porque agentes de escolta trabalham 18 horas por dia", declarou. O presidente do sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado, Fábio Cesar Ferreira, denunciou o déficit de servidores nos presídios paulistas. "São 24 mil agentes penitenciários para 234 mil presos no Estado. Um agente sozinho cuida de 15 presos, mas de acordo com a resolução do Conselho Nacional de Política Criminal, deveria haver um agente para cada grupo de cinco reeducandos", disse.