O dia 1º de agosto é a data estabelecida como o Dia Mundial da Amamentação. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou lei que institui o Agosto Dourado, no qual devem ser realizadas ações de conscientização sobre a importância do tema por meio de palestras, reuniões em comunidades, espaços públicos e divulgação na imprensa. Além disso, os prédios que aderirem à campanha serão iluminados com a cor dourada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno é o alimento mais nutritivo do mundo, sendo importante aliado na redução da mortalidade infantil. Estudos da organização reforçam que os bebês devem ser alimentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade. Depois desse período, é permitido complementar a dieta com outros alimentos, mas a amamentação deve fazer parte da rotina pelo menos até os dois anos. A nutricionista Andressa Sarhan lembra que o aleitamento está relacionado à diminuição de doenças: "O leite materno pode ser responsável pela redução da obesidade na infância e na vida adulta. Ele também é capaz de prevenir alergias, doenças crônicas, infecções respiratórias e gastrointestinais nas crianças". Ela ressalta que o leite da mãe possui quantidade adequada de gordura, proteína, minerais e vitaminas que suprem todas as necessidades do bebê. "O leite possui fator de crescimento e fator de proteção imunitária, que não podem ser encontrados em nenhum outro tipo de leite. Isso ajuda no desenvolvimento sensor e cognitivo do bebê." O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Cezinha de Madureira (DEM), lembra que o incentivo ao aleitamento materno é um tema corriqueiro das reuniões e destacou o papel da comissão na garantia desse direito. "O aleitamento é muito importante para uma criança, são incontáveis os benefícios deste ato para toda sua vida", diz. Falta de informação Mesmo com todos os benefícios, a amamentação ainda precisa quebrar tabus. A gerente de marketing Andrezza Aldrighi vê muitos obstáculos. "Quando fiquei grávida da Maya, sempre fui atrás de médicos que estavam alinhados com a minha maneira de pensar. Estamos em uma sociedade patriarcal, que não consegue ver uma mulher com total controle dessa situação." Para ela, amamentar é um ato que vai muito além da nutrição. "É uma troca biológica e emocional", diz. A falta de conhecimento é uma das barreiras que as mães enfrentam, segundo ela. "Já passei por médicos que falaram que eu seria daquelas mães que ficam com a criança pendurada no peito. Ele não era nem especializado nisso, era médico de laboratório", diz Andrezza, que hoje é doadora de leite no Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar, de Osasco. "Não julgo as mulheres que não amamentam por muito tempo, é uma batalha contra muitos, contra quase todos", completa. Assim que descobriu que enfrentaria uma gravidez na adolescência, o primeiro assunto que a estudante Izadora Martins pesquisou foi a amamentação. "Recebi orientações médicas de que deveria amamentar o máximo de tempo possível, alguns médicos eram contra algumas fórmulas, mas outros me orientaram a realizar métodos caseiros com o objetivo de preparar os seios para a amamentação", diz ela, que tem 16 anos e deu à luz o pequeno Heitor em janeiro deste ano.