Audiência expõe mercantilização do ensino superior no país


15/08/2017 21:00 | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Carlos Giannazi (ao microfone) preside a audiência<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2017/fg206708.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Alunos e professores universitários debateram o processo de precarização do ensino superior privado, especialmente nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). A instituição foi adquirida pelo fundo de investimentos norte-americanos Laureate, em 2014, e pela Anhanguera Educacional, incorporada um ano antes pela holding Kroton. O evento, organizado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), foi realizado na última sexta-feira (11/8).

Segundo o deputado " que ingressará com representações no Ministério Público e pedirá providências ao MEC, à Alesp e à Câmara dos Deputados ", empresários e especuladores veem a educação apenas como um negócio e buscam rapidamente os maiores lucros, pouco importando se os cortes nos custos afetarão a qualidade do ensino.

Depois de ter completado o segundo semestre do curso de Direito, a estudante Larissa optou por mudar de faculdade. Ela explicou que o renome da FMU tinha sido o diferencial na hora de se matricular, mas depois de alguns meses percebeu que a tradição de excelência não existia mais.

Para o advogado Murilo Rebouças, ex-aluno e responsável por ações contra a FMU, essas instituições não podem mudar o currículo, a carga horária ou rebaixar o nível de titulação do corpo docente. "Quando o estudante se matricula, ele tem a expectativa de se formar em uma faculdade com determinado nível de qualidade".

Para o presidente da Federação dos Professores, Celso Napolitano, o valor das universidades chegou ao ápice durante os governos Lula e Dilma, com a implantação do Fies. Naquele momento havia uma enorme demanda reprimida de estudantes, e a transferência de recursos federais foi enorme, em muitos casos superfaturada. "O governo comprou no atacado e pagou preço de varejo", explicou.

alesp