A proposta do governo de criar uma empresa para controlar a Sabesp e entregar o setor de saneamento para a iniciativa privada foi tema de audiência pública, realizada na terça-feira (22/8), na Alesp. Contrários ao processo que vem sendo conduzido pelo Palácio dos Bandeirantes, em caráter de urgência, representantes da sociedade civil e parlamentares, entre eles o deputado Marcos Martins, chamaram a atenção para os riscos desta iniciativa. A audiência reuniu especialistas e autoridades da área de saneamento, que questionaram a má qualidade do serviço prestado pela companhia e a falta de recursos do Estado como pretexto para a privatização. Estiveram presentes representantes dos sindicatos dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado (Sintaema) e dos Urbanitários de Santos, da Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp (AAPS) e da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp). Na ocasião, todos colocaram-se contra ou apresentaram ressalvas ao projeto do governo. Marcos Martins destacou os lucros dos investidores da Sabesp no mercado financeiro em detrimento aos necessários para prestação de um serviço vital à população. "Enquanto o governo fica preocupado com o retorno aos acionistas, vários municípios estão sem água, ao mesmo tempo em que a Sabesp anuncia a superação da crise hídrica", destacou.