A Assembleia Legislativa reuniu autoridades em segurança pública e saúde, e representantes de organizações para debater sobre a região da Cracolândia, no centro da capital paulista. O principal assunto foi o programa Redenção, criado pela prefeitura de São Paulo para combater o consumo drogas na região. O evento, realizado nesta sexta-feira (1/9), foi presidido pelo deputado Coronel Camilo (PSD). Camilo classifica o problema como sendo de responsabilidade de todos. "A Cracolândia começa com um problema social, depois de saúde e também de segurança. Isso ocorreu porque ao longo do tempo todo mundo fez vistas grossas, e ela existe há mais de vinte anos", relata. O deputado acredita que é preciso um projeto urbanístico para a revitalização do local. "Havia um projeto inicial de construir um centro cultural na Luz, mas essa ideia foi abandonada. Hoje, naquela região, será construído um complexo habitacional. O mais importante é que gerará movimento de pessoas durante todo o dia." O coordenador do Programa Redenção, Arthur Guerra, comentou que o programa está integrado em diferentes secretarias da prefeitura. "O Redenção envolve as secretarias de Segurança, Urbanismo e Habitação, Direitos Humanos, Comunicação, Educação e Saúde. Com objetivos de curto, médio e longo prazo." Ele também falou sobre a polêmica envolvendo a internação compulsória. "As internações compulsórias estão previstas para indivíduos com um grau elevado de dependência, e são autorizadas por médicos, que atestam sua necessidade", declara. O secretário de Segurança Urbana de São Paulo, coronel José Roberto Rodrigues, diz que as tentativas anteriores de acabar com o consumo de drogas estavam focadas na segurança pública. "A segurança funciona como o apoio para todas as ações feitas pela prefeitura no local. Nossa intenção é garantir que todas as atividades sejam realizadas de forma segura." José Roberto entende como prioridade o combate ao tráfico. "Nos últimos 6 meses foram mais de 60 flagrantes de tráfico", informou. O secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, chamou a atenção para o problema da migração de usuários para a região da Luz. "O atendimento estava centralizado, por isso os usuários de outras localidades estabeleceram-se na região central da cidade. Houve um acúmulo de dependentes, sem que eles tivessem assistência alguma. Não tinham banheiro, viviam na sujeira, sem dormitório. O que adianta centralizar o problema, mas não atender aos usuários de forma adequada?", questionou. Sabará confia no sucesso do programa Redenção em outras regiões da cidade. "É preciso agir por partes. O programa é uma resposta rápida ao problema, mas não é uma solução definitiva. De todo modo, é um começo mais digno", disse.