Prefeitos, vereadores, cidadãos e representantes de entidades sociais de 17 municípios da região de Avaré reuniram-se na Câmara Municipal da cidade na última segunda-feira (4/9). Eles participaram da 9ª Audiência Pública do Orçamento 2018, realizada pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa. A audiência foi presidida pelo deputado Wellington Moura (PRB). Também estiveram presentes os deputados Edson Giriboni (PV) e Fernando Cury (PPS). "O orçamento está cada vez mais apertado", lembrou Giriboni. Cury ressaltou que as audiências são uma oportunidade ímpar para a sociedade defender os interesses da região. Além dos citados, compuseram a mesa o presidente da Câmara de Avaré, Antônio Angelo, e os vereadores Ronaldo Guardiano, Marialva Biazon, Flavio Zandoná, Sergio Fernandes e Jairo Alves. Educação O presidente da Apeoesp de Avaré, Ricardo Custódio, foi à tribuna pedir mais investimentos na área. "O orçamento deve ser construído levando em conta o reajuste salarial para os professores." Também cobrou a construção de quadras poliesportivas cobertas e a implantação de laboratórios de física, química e biologia nas escolas da região. Outro apontamento feito por ele foi em relação às apostilas oferecidas pelo Estado. Segundo ele, não deveriam existir, já que as escolas recebem livros didáticos. "Não precisaria desse gasto. Muitas unidades acabam não utilizando o material. Esta verba poderia ser descentralizada para outras coisas que são prioritárias", disse. Vereadores presentes falaram que a região não tem faculdades públicas. Foi solicitada a construção de uma unidade da Fatec ou Unesp. Saúde O provedor da Santa Casa de Avaré, José Guilherme, criticou a falta de infraestrutura dos hospitais. "Há deficiência quando casos graves de saúde aparecem na região." Segundo ele, a construção de um hospital base seria uma alternativa para desafogar o hospital da Unesp de Botucatu, que serve como alternativa para a população do entorno. A criação de um posto de saúde foi mencionada pelo prefeito de Itaí, Thiago Michelin. A presidente da Associação Beneficente Oncológica Voluntários de Avaré, Vânia Menezes, solicitou recursos à entidade, que presta serviços voluntários aos portadores de câncer na cidade e aglomerados. Parte dos presentes foi à tribuna para solicitar ambulâncias e UTI móveis. A presidente do Iamspe em Avaré, Antonia de Angelis, disse que os recursos não são suficientes para cobrir as despesas. "Sem investimento em saúde não há pessoas aptas para prestar serviços de qualidade", afirmou. Outras solicitações foram referentes à construção do Hospital Regional e a maiores investimentos para a Santa Casa de Avaré. Ruas e estradas A pavimentação de ruas também foi citada pelos presentes. "Várias penitenciárias foram instaladas na região, e as estradas feitas para veículos de porte médio agora recebem caminhões de toneladas constantemente", disse o vereador Alessandro Conforti, alegando que essas estradas precisam de um recapeamento urgente. O prefeito de Itatinga, João Bosco, lembrou que a cidade recebe um fluxo intenso de outros lugares. "As ruas não possuem esse preparo", disse. Ele também solicitou um anel viário para a cidade, no valor de R$ 3 milhões. O chefe de gabinete do prefeito de Bernardino de Campos, Carlos Malagutte, lembrou que faltam empregos na região. O vereador Francisco Barreto solicitou uma máquina motoniveladora para pavimentar as estradas da zona rural. "Em média, 10 a 15 mil pessoas são afetadas pelas más condições dessas estradas", disse. Outros temas Thiago Michelin pediu a implantação do fórum da cidade em um prédio estadual. "O fórum de Itaí funciona em um prédio municipal, maior que o da própria prefeitura", disse. O vereador Ernesto Ferreira de Albuquerque solicitou a construção de um centro de zoonoses em Avaré e um veículo para transportar animais de pequeno porte, que precisariam de castração. A ambientalista Maria Júlia Pimentel é da ONG 4 Patas, uma das "sobreviventes na cidade", segundo ela. "Precisamos de verbas para realizar a castração nos animais", disse. A bióloga Maria Luisa disse que não há estrutura para a triagem de animais silvestres na cidade. "A implantação de uma área viável custa R$ 450 mil." Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Judésio Borges, há amianto abandonado em Avaré. Trata-se de um produto tóxico e perigoso, que coloca a saúde pública e o meio ambiente em jogo. Uma questão abordada pelos presentes foi relacionada à Nota Fiscal Paulista. "Caso acabe, isso será um retrocesso. Muitas instituições de Avaré dependem exclusivamente da renda ofertada por ela", disse Valéria Guassú, voluntária em uma instituição da cidade. O vereador Gabriel Rocha pediu que seja construída uma pista de atletismo no campo municipal da cidade. Para aumentar a oferta de vagas, a presidente do Partido Social Cristão, Isabel Cardoso, solicitou verbas e suporte para as Apaes. A canalização de córregos, as enchentes nas cidades e o investimento em cultura foram outros temas discutidos na audiência. As prioridades indicadas pela população para a região administrativa de Sorocaba foram saúde (21% dos votos), educação (18%) e assistência social e trabalho (6%). Outras 14 audiências públicas ocorrerão em todo o Estado. A próxima está marcada para a próxima segunda-feira (11/9), às 18h, em Santo André.