Audiência na Alesp discute denúncias de trabalho escravo


20/09/2017 20:54 | Larissa Leão - Foto: Raphael Montanaro

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Reunião da comissão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2017/fg209054.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da comissão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2017/fg209055.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2017/fg209056.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Bezerra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2017/fg209057.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O caso de três empregadas domésticas filipinas e nepalesas que viviam em condições análogas à escravidão foi o tema discutido em audiência nesta quarta-feira (20/9), na Assembleia Legislativa.

O Padre Paolo Parise, da Missão Paz, recebeu as denúncias por meio de uma estudante que levou o caso para a instituição. A imigrante relatou as condições que vinha sofrendo no ambiente de trabalho. "Conversamos com ela e ganhamos sua confiança, pois estava abalada emocionalmente e com medo de contar", disse. O deputado Carlos Bezerra Jr (PSDB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais (CDD), informou que as trabalhadoras sofriam uma jornada exaustiva. "Trabalho forçado e servidão por dívida", afirmou,

A auditora do Ministério Público do Trabalho, Lívia Ferreira, apontou três empresas estabelecidas no Brasil que estariam envolvidas no caso: a Global Talent, a Nana Filipina e o Hotel Lake Villas. As empresas Global Talent e Nana Filipina são responsáveis pela intermediação entre o empregador e o trabalhador. Segundo a auditora, por meio de propagandas enganosas, as empresas atrairiam as trabalhadoras com propostas fantasiosas para trabalhar fora do país.

"No processo do contrato, o empregador pagava R$ 7 mil para a empresa organizar a documentação da imigrante. A trabalhadora pagava também os R$ 7 mil, mas caso não tivesse condições, a empresa arcava com a despesa. Dessa forma, as empregadas submetiam-se a uma dívida com a empresa. Há uma falsa relação entre a empresa e as trabalhadoras", explicou.

A auditora ressaltou que a segunda etapa é fiscalizar os 130 empregadores e notificá-los com a finalidade de verificar os documentos dos trabalhadores domésticos.

O jornalista da ONG Repórter Brasil, Piero Locatelli, citou dois pontos usados nas propagandas do site Global Talent: a influência da língua inglesa e o estereótipo sobre os filipinos serem considerados a melhor mão de obra especializada em serviços domésticos.

Para a deputada Rita Passos (PSD), é preciso pressionar as empresas envolvidas.

Os deputados presentes deverão reconvocar as empresas Global Talent e Nana Filipina, que deveriam ter comparecido à audiência.

O encontro foi uma iniciativa da comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais.

Estiveram presentes na ocasião, além dos citados, os deputados Clélia Gomes (PHS), João Paulo Rillo (PT) e Sebastião Santos (PRB).

alesp