O deputado Carlos Giannazi questionou o procurador-geral do Estado, Elival da Silva Ramos, sobre o caráter antidemocrático do parecer que elaborou, a pedido do governador Alckmin, para legitimar o uso de força policial contra manifestantes sem a necessidade de mandado judicial. Ramos compareceu à Assembleia na terça-feira (19/9). Conforme explicou Giannazi, o governo optou por uma postura truculenta em relação aos movimentos estudantis depois de ter sofrido três derrotas. A primeira foi no final de 2015, quando centenas de escolas foram ocupadas em todo o Estado, levando à demissão do secretário Herman Voorwald e à desistência do fechamento de ao menos 95 unidades de ensino. Depois, foram os estudantes das Etecs que fizeram cumprir o direito à alimentação. Por fim, a ocupação da Alesp, que levou à instalação da CPI da Merenda. "Esses movimentos serviram de exemplo para que outros se organizassem em todo o Brasil", afirmou. O presidente do Sindicato dos Procuradores do Estado de São Paulo, Derly Barreto e Silva Filho, também participou da reunião. Ele considerou o parecer altamente questionável e indicou a postura democrática adotada pelo Rio Grande do Sul, onde os procuradores dialogam com os manifestantes e buscam soluções pacíficas.