Entrevista com o deputado Ricardo Madalena


02/10/2017 19:14 | Beatriz Correia - Foto: Raphael Montanaro

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Ricardo Madalena<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg209671.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ricardo Madalena<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg209673.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Engenheiro civil pela Universidade de Bauru (Unesp), Madalena, casado e pai de três filhos, conta nesta edição do Mandato em Pauta sobre os desafios de ser um deputado estadual e explica ainda sobre as bandeiras defendidas por seu mandato: a pílula do câncer e as melhorias na Rodovia Raposo Tavares.

Em 2004, Ricardo concorreu à vice-prefeitura de sua cidade, com seu primo como candidato para o cargo de prefeito. Perderam as eleições, mas o parlamentar garante que a derrota foi boa, pois de outra forma não ocuparia hoje o cargo no Parlamento paulista. Antes da função legislativa, no ano de 2007, Madalena foi nomeado superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Denit-SP). Em março deste ano, assumiu a liderança do Partido da República (PR) na Alesp, tornando-se o representante da bancada na Casa.

Pílula do Câncer

Ricardo Madalena é um defensor da fos­foetanolamina, conhecida como a pílula do câncer, e um dos pioneiros no acompanhamento das pesquisas sobre a substância. Desde que as pesquisas começaram o deputado tomou conhecimento e apoiou o professor Gilberto Chierice em suas pesquisas. Com o cargo de deputado estadual, Ricardo acredita que pode auxiliar no andamento das pesquisas e na defesa da eficiência do medicamento.

Desde que as discussões sobre o tema surgiram, a pílula gerou muitas controvérsia e a eficácia do tratamento ainda não foi confirmada oficialmente. Madalena afirma que sua confiança na eficiência do remédio vem do convívio com pessoas que apresentaram melhora na qualidade de vida e curas reais por conta do uso. "Uma das pacientes se chamava Bernadete. Os médicos não recomendavam mais quimioterapia e nem radioterapia, o caso era grave e ela estava desenganada, vivia de morfina e esperava a morte chegar. No quarto dia depois do início do uso da pílula ela não precisou mais tomar morfina, no vigésimo dia parou com os analgésicos e no trigésimo ela saiu da cama", conta.

Em março de 2017, a partir de estudos realizados pelo Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), médicos e especialistas concluíram que a fosfoetanolamina não funciona. Os pacientes receberam doses diárias da pílula do câncer e passaram por testes no Centro de Pesquisas em Oncologia do instituto, mas não ficaram curados da doença.

O medicamento foi distribuído para 72 pessoas, da quais 59 foram reavaliadas e 58 não apresentaram nenhuma melhora, segundo o Icesp. Apenas um paciente com câncer de pele apresentou redução do tumor, mas os médicos não definiram se a melhora foi por conta da pílula ou por outro motivo.

O deputado Ricardo Madalena afirma que em sua concepção os testes não são válidos. Segundo ele, a avaliação foi feita apenas com pacientes em estado de câncer terminal e em desacordo com as orientações de Gilberto. O professor recomendou que as pílulas fossem ingeridas três vezes ao dia, após o café da manhã, o almoço e o jantar. O deputado conta que durante os testes as doses do medicamento foram dadas em sequência, sem obedecer ao intervalo de tempo estipulado. "Nós estamos lutando para que a pesquisa seja feita novamente e agora em outro hospital, seguindo as orientações do professor", disse Ricardo.

O parlamentar afirma ainda que o idealizador da pesquisa não possui interesses financeiros sobre o medicamento e que a única exigência do pesquisador é que os governos, estaduais e federais, produzam a pílula e distribuam gratuitamente para a população. "O professor Gilberto disse que a vida já lhe deu muito e que não quer dinheiro pela patente do tratamento. Eu vejo com bons olhos, porque se fosse charlatanismo ele venderia ao invés de doar", explica.

Rodovia Raposo Tavares

A segunda bandeira do primeiro mandato de Ricardo Madalena é a busca por investimentos e melhorias para a rodovia SP-270 " Raposo Tavares. O deputado é o coordenador da frente parlamentar, lançada em abril de 2015, que busca a duplicação de alguns trechos da estrada. O resultado dos trabalhos veio em forma de um financiamento pelo banco mundial para a reforma. Em 2/8/2017 foi publicado no Diário Oficial o edital referente à primeira fase da obra, que se estenderá do trecho da cidade de Ourinhos à Itaí. O deputado espera que dentro de algumas semanas saia a licitação para o segundo trecho, de Itaí à Itapetininga, somando um total de 204 quilômetros.

"Essa é uma obra muito importante, que vai trazer além de emprego e renda para a população, a segurança aos usuários", explica o deputado. O objetivo é fazer pavimentações, acostamentos, terceira faixa, sinalização e reconstrução de vários trechos. "A principal mudança é a duplicação entre as cidades de Ipaussu e Ourinhos, que é a parte por onde passa o maior número de veículos por dia", conta.

Outro ponto positivo para a obra na Raposo Tavares, segundo o deputado, é que a construção está a cargo do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). "Não é uma iniciativa privada e, por isso, não terá cobrança de pedágio. É uma mudança que vai favorecer muito a população do Vale do Paranapanema", afirma.

Desafios e projeções

"Como superintendente do Denit eu era executor, tinha o poder de resolver as coisas. Como legislador isso fica mais difícil." Este é o principal desafio apontado por Ricardo Madalena para alguém que um dia foi gestor e hoje é deputado. O parlamentar afirma que apesar de não poder executar e gerir de forma direta, há como atender às demandas da população por meio do mandato legislativo. O deputado conta que a candidatura para a reeleição está nos seus planos, "se Deus assim permitir".

alesp