Em sua atuação política, atriz Ruth Escobar destacou-se na luta pelas mulheres


06/10/2017 18:48 | Beatriz Correia

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Ruth Escobar (Foto G1)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210137.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ruth Escobar (Foto G1)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210138.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nem todos sabem, mas além de atriz e produtora cultural Ruth Escobar também foi deputada estadual. Os dois mandatos na Assembleia Legislativa de São Paulo vieram depois da consolidação na carreira artística, primeiro em 1983 pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e depois em 1987 pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Ela participou da elaboração da Constituinte atuando como membro efetivo na Comissão de Sistematização.

Ruth Escobar destacou-se na defesa dos direitos das mulheres, bandeira que defendeu desde antes de sua atuação política. Ela foi uma das fundadoras da Frente de Mulheres Feministas do Estado de São Paulo, em 1978. Em 1982, coordenou o primeiro Festival Nacional de Mulheres nas Artes. O evento reuniu mais de 10 mil participantes e 600 espetáculos e palestras.

Ruth recebeu a comenda da Ordem do Rio Branco, no Brasil, e o Grau de Oficial da Ordem e do Mérito da Ordem do Dom Infante Henrique, em Portugal. Na França, recebeu ainda a Ordem das Artes e das Letras e a Ordem Nacional da Legião da Honra. Os títulos são homenagens por suas contribuições políticas e às artes cênicas.

Igualdade de gêneros

Ruth Escobar foi eleita, por indicação do Ministério das Relações Exteriores, para um mandato de quatro anos no Comitê pela Emancipação e pela Eliminação da Discriminação Contra a Mulher (Cedaw " sigla em inglês). Atuou também como presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e realizou o Seminário Internacional de Legislação Cultural.

Além disso, participou da fundação do PMDB Mulher, grupo responsável pela criação dos primeiros conselhos pelo direito das mulheres no Estado de São Paulo. Foi uma das idealizadoras e a primeira presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), movimento que buscou igualdade dos gêneros.

História

Maria Ruth dos Santos Escobar morreu no último dia 5 no Hospital Nove de Julho, depois de um mês internada. Ela havia sido diagnosticada com Alzheimer em 2000. Nascida em 1936, na cidade do Porto, Portugal, veio para o Brasil junto à mãe aos 15 anos de idade. Aqui construiu uma carreira de atriz e tornou-se uma das maiores produtoras de cultura do país.

Após chegar ao Brasil, em 1951, com sua mãe, Marília do Carmo, Ruth Escobar casou-se com o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar e o casal foi para a França, onde Ruth estudou interpretação. Quando voltou ao Brasil, montou, junto com o diretor Alberto D"Aversa, a companhia Novo Teatro, em que protagonizou algumas peças.

Em 1964, fundou o chamado Teatro Popular Nacional, que transformava ônibus em palcos, a fim de levar o teatro às periferias de São Paulo. No mesmo ano, Ruth inaugurou o próprio teatro, que recebeu seu nome e está situado no bairro da Bela Vista, em São Paulo.

A atriz fez contribuições também ao Centro Latino-Americano de Criatividade, ao Festival Internacional de Teatro e à Feira Brasileira de Opinião. Nos anos de 1970, Ruth Escobar usou o teatro como manifestação política contra a ditadura militar.

alesp