A Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa de São Paulo promoveu a 23ª Audiência Pública do Orçamento 2018 na sexta-feira (6/10). Na reunião, realizada na Câmara Municipal de Catanduva, foram debatidas propostas e demandas da região. O deputado Marco Vinholi (PSDB) presidiu o encontro e lembrou que essas são grandes oportunidades para que as propostas sejam concretizadas. "Na última audiência que aconteceu aqui, muitas sugestões foram feitas e muitas foram atendidas: a Fatec e o AME são exemplos disso. As necessidades são ilimitadas, mas em 2018 nós teremos um aumento de 5,1% no orçamento, o que representa R$ 216,5 bilhões. É um crescimento real do orçamento de São Paulo." A presidente da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia, deputada Beth Sahão (PT), considera fundamental que as demandas apresentadas pela população sejam atendidas. "Nós trabalharemos intensamente para que essas demandas sejam inseridas no orçamento. Do contrário, não se justificam as audiências", disse. Para a deputada, é preciso que haja uma distribuição orçamentária mais justa. "Temos o segundo maior orçamento do país e ele perde somente para a União. A folha de pagamento do funcionalismo público está muito abaixo do prudencial. Hoje, muitos funcionários públicos da educação e da saúde chegam a ganhar menos que um salário mínimo", disse. "Nessas reuniões surgem várias novas ideias de políticas públicas, e elas acabam sendo incorporadas pela Assembleia", afirmou o deputado Orlando Bolçone (PSB). Saúde O vereador de Catanduva, Wilson Paraná, solicitou a instalação de mais uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade. "Quem sai do bairro de Nova Catanduva para chegar à UPA mais próxima faz praticamente uma viagem. É mais fácil ir para São José do Rio Preto", conta. A deputada Beth Sahão cobrou mais investimentos para o setor. "Há uma portaria elaborada pelo governo federal pela qual o Samu tem de receber 50% de verba do governo federal, 25% dos municípios e 25% do Estado. No entanto, em nenhuma parte do orçamento estadual está prevista essa porcentagem. Os investimentos na saúde são tripartites: União, Estado e município " mas o Estado não tem correspondido", cobrou. O término do Hospital do Câncer também foi lembrado pelos presentes. "É um projeto no qual todos políticos da região têm de estar envolvidos", declarou Marco Vinholi. Educação Presidente da Câmara Municipal de Catanduva, o Enfermeiro Ari, solicitou a reabertura de alguns cursos oferecidos pelo Centro Paula Souza. "Nós estivemos ontem em São Paulo para conversar com a diretoria do centro sobre alguns cursos que foram suspensos. Vejo isso como uma penalização ao município. Reivindicamos que essas aulas retornem, pois entendemos que são importantes para o nosso mercado", disse. "Todos os anos o governo usa o Centro Paula Souza como instrumento de propaganda, porém ninguém vai às escolas para saber o que se passa. Sofremos um sucateamento desde 1996", criticou a representante do sindicato dos professores do Centro Paula Souza, Margarete Moisés Angeli. Obras Vinholi citou duas obras inacabadas na região. "É importante ressaltar que se concluam obras importantes, como a rodovia Mário Perosa, palco de 16 mortes por acidentes apenas no último ano. A empresa que ganhou a obra por licitação faliu e por isso a obra está parada", disse. Ele também lembrou da rodovia SP-321, que liga Catanduva a Novo Horizonte. Wilson Paraná pediu ajuda para pavimentação de ruas na periferia. "Todos os prefeitos que entram no governo pavimentam somente o centro da cidade, mas as ruas da periferia estão deterioradas. Com isso, quem sofre é a população mais carente. Nossas estradas vicinais também merecem atenção, pois são elas que escoam a produção agrícola", informou. Outros temas "Todos os anos, 1% do ICMS é recolhido para ser investido em habitação. Isso representou, nos últimos 10 anos, R$ 6,3 bilhões, o que daria para construir mais de 60 mil unidades habitacionais do CDHU. Mas no momento o Estado está com um déficit de 500 mil moradias", disse Beth Sahão. Ditinho Muleta, vereador de Catanduva, requisitou mais investimentos para acessibilidade. "Peço que esse orçamento de 2018 seja bem dividido para área da acessibilidade. É um descaso não conseguirmos desfrutar de algum evento por falta de acessibilidade. A cidade de Catanduva tem mais de 120 mil habitantes", lembrou. Em votação para escolher as prioridades de Catanduva e região, a saúde foi a mais votada (com 21% dos votos), seguida por educação (19%) e assistência social (9%). A última Audiência Pública do Orçamento ocorrerá na próxima segunda-feira (9/10), às 10h, na Câmara Municipal de Araçatuba.