Entrevista com o deputado Orlando Bolçone


23/10/2017 15:19 | Larissa Leão - Foto: Marco Cardelino

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Orlando Bolçone<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg211060.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Orlando Bolçone<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg211062.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Filho de um pedreiro e de uma operária tecelã, o professor e economista Orlando José Bolçone (PSB) ingressou na política para trabalhar pela região noroeste paulista com foco na ciência, na tecnologia e na inovação. "O meu objetivo é diminuir as desigualdades entre as pessoas."

Mestre em Economia pela Unesp e doutor em Ciências da Saúde pela Famerp, Bolçone leciona em diversas faculdades, há mais de 30 anos, disciplinas voltadas à responsabilidade social e ambiental, ao desenvolvimento e à sustentabilidade. Ele é também formado em História, em Contabilidade e em Administração de Empresas.

Trajetória política

Orlando Bolçone foi secretário municipal de Planejamento e Gestão Estratégica por vinte anos, em São José do Rio Preto. Após a experiência, em 2008, foi candidato à prefeitura da cidade, mas perdeu a eleição. Em 2010, elegeu-se deputado estadual pela primeira vez. Ele explica que a sua carreira sempre foi técnica e possui um vínculo forte com as universidades, "no sentido de que o governo dê continuidade aos investimentos em pesquisas para aprimorar o desenvolvimento do Estado".

O parlamentar cumpre o segundo mandato na Assembleia Legislativa e destaca que o seu trabalho prioriza o desenvolvimento local, integrado e sustentável. Pela segunda vez consecutiva, é o presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Uma sociedade sustentável

Segundo Orlando Bolçone, a sociedade do futuro será ecológica e tecnológica. Para ele, a tecnologia facilita o acesso da população aos mais diversos serviços. "Ela é importante para a vida e atua de forma direta e exponencial", disse, mas alertou: "devemos nos preocupar em preservar o meio ambiente, já que a tecnologia tem um grande impacto social, além do econômico." Bolçone acredita ser necessário reduzir as diferenças sociais entre as pessoas e, por meio de pesquisas, buscar outras formas de preservação e de fontes energéticas, como a solar e a eólica, e preservar o ambiente sonoro, sempre pensando nas próximas gerações. Ele acredita que a sociedade cada vez mais vai buscar produtos ecologicamente corretos, que não agridam o meio ambiente. "Tenho realizado uma ação forte nas cidades da minha região para a preservação da Mata Atlântica."

A chave para ações como essa, segundo Bolçone, é a educação. Por meio dela é possível conquistar um futuro sustentável, acredita. "Para isso, somente o trabalho árduo do dia a dia mostrará o resultado em um futuro a longo prazo. Mesmo no período de crise, precisamos priorizar o desenvolvimento sustentável. Lembrando também que a tecnologia não pode perder o humanismo."

Atuação parlamentar

O deputado é autor do projeto de lei que determina aos parques de diversão a colocação de placas e cartazes contendo informações atualizadas sobre manutenção dos equipamentos e brinquedos. Também é autor da proposta que proíbe a prática da ressulcagem (ato de riscar pneus gastos) no Estado de São Paulo. Os dois projetos foram aprovados pela Alesp e sancionados pelo governador Geraldo Alckmin.

Bolçone criou, em 2015, a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, que ainda está em atividade no parlamento. "Contribuimos decisivamente na concepção da política estadual voltada a esse segmento", afirma. Bolçone ressalta o programa Recomeço, iniciativa do governo de São Paulo em parceria com as secretarias da Saúde, da Justiça e Defesa da Cidadania e do Desenvolvimento Social e explica que a frente estudou e ajudou na construção do modelo. O programa estadual auxilia dependentes químicos, principalmente os usuários de crack, oferecendo tratamento e acompanhamento multiprofissional ao paciente e aos seus familiares. "Apesar de hoje termos uma política mais delineada, há muito ainda por fazer e vamos continuar esse trabalho."

O deputado também é membro efetivo da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Ele explica que tem acompanhado todas as discussões em busca do aperfeiçoamento.

Bolçone lembra do desafio de ter sido relator, em 2015, do Plano Plurianual (PPA), que estabelece metas e diretrizes a serem seguidas pela gestão pública ao longo de quatro anos. "Foi desafiador e impactante, pois ajudei a delinear as políticas públicas e ainda mais, a organizar o plano. O PPA influencia diretamente o dia a dia das pessoas." Ele explica que a metodologia utilizada foi semelhante à do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. "São Paulo tem o compromisso de se modernizar. Por exemplo, os países mais desenvolvidos utilizam programas tecnológicos que facilitam o planejamento e o acompanhamento político, social e financeiro."

Expectativas

Orlando Bolçone falou sobre o Plano Diretor de Ciência, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, e que deve ser votado na Alesp ainda neste ano. "É preciso construir a política científica para o desenvolvimento do Estado de São Paulo." O plano pretende utilizar a inovação tecnológica para avançar no desenvolvimento econômico e social e, com isso, projetar o crescimento científico e tecnológico do Estado para os próximos 20 anos. "É um trabalho que acompanho há três anos", diz.

Sobre a inclusão social, o parlamentar apresentou dois projetos que aguardam votação dos deputados. Um deles é o Projeto de Lei 164/2012, que cria exposição anual de arte a ser realizada por artistas portadores da Síndrome de Down. Além da exposição, a medida pretende realizar palestras para o público, esclarecendo aspectos da deficiência.

A outra proposta é o PL 427/2015, que autoriza o Poder Executivo a estabelecer convênios com diferentes entidades especializadas no tratamento e acompanhamento de crianças autistas. Os convênios auxiliam no atendimento das famílias carentes, que tenham entes diagnosticados com autismo. Segundo o projeto, os recentes rompimentos de convênio, afetam diretamente no tratamento dos pacientes autistas. "Eu busquei a política para ajudar as pessoas a terem acesso aos serviços públicos."

alesp