O professor de química da Universidade de São Paulo (USP) Gilberto Chierice prestou esclarecimentos nesta terça-feira (31/10) aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as pesquisas envolvendo a fosfoetalonamina sintética, popularmente conhecida como "pílula anticâncer". Chierice foi um dos pesquisadores que desenvolveu a substância. O pesquisador contestou a forma com que a mídia retratou o desenvolvimento da substância: "história distorcida", afirmou. Ele explicou que um convênio foi realizado no Instituto de Química da USP de São Carlos para aprovação da pesquisa e, posteriormente, foram realizados testes com o material na Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. Chierice esclareceu também que nunca obteve qualquer lucro com o estudo. "A pesquisa só tem sentido quando melhora a qualidade de vida das pessoas", diz. E alertou para o que classifica de "indústria do câncer", que segundo ele, lucra com 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial na venda de equipamentos e medicamentos para pacientes com a doença. Na reunião, também foi aprovado o plano de trabalho da CPI, que deverá ser encerrada em 25 de fevereiro. O presidente da comissão Roberto Massafera reforçou que o foco dos trabalhos "é verificar as pesquisas (sobre a fosfoetanolamina) realizadas e a continuidade delas". Além dos citados, estiveram presentes os deputados Cássio Navarro (PMDB), Cezinha da Madureira (DEM), Ed Thomas (PSB), Gileno Gomes (PSL), Márcio Camargo (PSC), Pedro Tobias (PSDB), Rafael Silva (PDT) e Ricardo Madalena (PR).