O Instituto do Legislativo Paulista (ILP), órgão ligado à Assembleia Legislativa, promoveu o seminário Educação e Liberdade: alicerces da cidadania, na última quinta-feira (9/11), reunindo professores e especialistas do direito e da tecnologia da informação. O evento dividiu-se em duas frentes: "cidadania e inclusão digital" e "políticas públicas para a educação". A professora Adriana Barroso de Azevedo, da Universidade Metodista, comentou a dificuldade dos docentes em relação ao uso da tecnologia na base da educação. "Nos últimos anos tenho me dedicado como pesquisadora da educação básica. Minha pesquisa também aborda a recepção dessa nova geração dentro da escola, com a qual, muitas vezes, nós, professores, não estamos sabendo lidar", disse. Ela relata que o educador deve estabelecer novas conexões com os alunos, utilizando-se de novas linguagens. "Hoje, quando trabalhamos um conceito de cidadania mais amplo, o virtual e o digital passam a expandir a ideia de participação. A busca é por uma cidadania que seja possível e inclua o professor, que formará um aluno capaz de atuar no mundo digital", afirmou. Célio Pereira Oliveira Neto, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, chamou a atenção para o modo como a tecnologia tornou-se parte indissociável da nossa vida. "A internet ganhou o mundo em dez anos, já se fala em um celular implantado no corpo humano até 2019. Como pensar em desconexão do trabalho, que faz parte do direito ao descanso e ao lazer, com um celular no corpo?", comentou. Especialista em Direito do Trabalho pela PUC-SP, o professor considera que o modo de vida e de trabalho mudará bruscamente. "O emprego tradicional desaparecerá gradualmente. 75% da geração Z trabalhará em empregos que hoje não existem", disse. Maria Cristina Teixeira, professora de Direito e Gestão Pública da Universidade Metodista, incluiu no debate a reforma trabalhista. "Muitas vezes, quando falamos de tecnologia e empreendedorismo, surgem dúvidas pelo fato de o trabalho e as relações sociais mudarem tanto em pouco tempo. No Brasil, o conceito de proteção ao direito do trabalho, como é conhecido, passará por mudanças", declarou. O presidente do ILP, Vinicius Schurgelies, afirmou que o instituto busca oferecer um espaço para o desenvolvimento humano e o aperfeiçoamento tanto dos servidores, como da sociedade em geral. "O objetivo é permitir a interlocução do Poder Público com a população, na intenção de fornecer instrumentos para o desenvolvimento social como um todo", disse.