Com apoio de Carlos Giannazi, e participação do Conselho Nacional de Defesa do Acadêmico (Condac), dezenas de alunos e ex-alunos da Uniesp participaram de audiência pública na Assembleia Legislativa para pedir a atuação das autoridades contra o estelionato de que eles se consideram vítimas: a universidade prometeu bolsa de estudos que efetivaria ao fim do curso, quitando o financiamento contraído pelos estudantes junto ao Fies. O slogan usado da campanha publicitária, "Você na faculdade: a Uniesp paga", foi exibido em vídeo durante a audiência, e não deixou dúvida sobre a veracidade das alegações. A propaganda foi tão incisiva que captou 110 mil estudantes, a maior parte de baixa renda, para as cadeiras do centro universitário, que hoje está presente em cem municípios de nove Estados brasileiros. Cerca de dois anos depois, durante a renovação das matrículas, a Uniesp voltava atrás em sua promessa de arcar com o financiamento, criando todo tipo de dificuldade para que os estudantes não fizessem jus ao benefício. Um dos artifícios foi a elevação da média considerada satisfatória para os "bolsistas". Ao final de quatro ou cinco anos, conforme o curso, veio o valor total da conta: dívidas superiores a R$ 50 mil, nomes negativados nos serviços de proteção ao crédito e a consciência de que os valores cobrados foram três vezes superiores aos praticados por universidades muito mais conceituadas e com estrutura incomparavelmente melhor. Além disso, para assegurar a obtenção das verbas do Fies, o grupo empresarial teria cometido diversas fraudes, como a de simular matrículas em outras áreas para oferecer cursos de graduações sem o devido reconhecimento pelo MEC, segundo os relatos. Por esse motivo, milhares de recém-formados não receberam diploma válido. Giannazi se comprometeu a ajudar os estudantes acionando mais uma vez o Ministério Público Federal, já que o Termo de Ajustamento de Conduta originado de sua primeira representação, em 2013, não vem sendo cumprido. O dossiê que está sendo elaborado também será encaminhado ao Ministério Público Estadual, à Defensoria Pública Federal, à Polícia Federal, ao Tribunal de Contas da União, ao MEC, ao Conselho Nacional de Educação e às comissões de educação da Assembleia, da Câmara e do Senado. Além disso, também serão notificados os clubes de futebol Corinthians e Flamengo, patrocinados pela empresa.