Projeto denomina Fatec de Franco da Rocha como Joaquim Pinto de Oliveira Tebas


20/12/2017 10:52 | Da assessoria da deputada Márcia Lia

Compartilhar:


A deputada Márcia Lia apresentou projeto de lei que dá o nome do artista negro Joaquim Pinto de Oliveira Tebas à Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), Unidade Franco da Rocha. A parlamentar também tem em tramitação o PL 766/2017, que institui a Semana Tebas de Ciência, Tecnologia, Arte e Educação.

"Esta é uma grande oportunidade de dar destaque ao nome de um artista tão importante para a cultura brasileira, para a arte produzida pelas mãos de negras e de negros. A Fatec de Franco da Rocha deve entrar em funcionamento no próximo ano e esperamos que tenha o nome de Joaquim Tebas", fala a deputada Márcia Lia.

A proposta está alinhada com a Década Internacional dos Afrodescendentes, proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que compreende o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2024, com o objetivo de promover o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento da população negra africana e da diáspora.

O nome de Joaquim Tebas surge justamente porque se trata de um artista decisivo para a renovação estilística da arquitetura brasileira, durante parte do império lusitano, e que teve alguns de seus trabalhos destruídos.

Já a cidade de Franco da Rocha é um dos 13 municípios da região metropolitana de São Paulo com mais de 40% da população declaradamente negra.

O artista

Joaquim Tebas nasceu na Vila de Santos, em 1721, e veio para São Paulo junto com seu proprietário. Aos 57 anos, 110 anos antes da abolição da escravidão, recebeu alforria em reconhecimento à sua arte.

Era especialista na técnica de entalhar e aparelhar pedras e é o autor dos arcos e frontispício da Igreja da Ordem Terceira do Carmo e da fachada da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, em São Paulo, e do cruzeiro da Igreja Matriz de Itu. Também assinava as fachadas do antigo Mosteiro de São Bento, da velha Igreja da Sé e do Chafariz da Misericórdia, apagados da região central de São Paulo. Estas obras só podem ser vistas nos registros do fotógrafo Militão Augusto de Azevedo, das aquarelas de José Wasth Rodrigues e nas pinturas de Miguel Benício Dutra.

alesp